A nomeação do deputado municipal pelo Partido Social Democrata (PSD) Luís Osório para representante da Câmara Municipal do Porto no Conselho de Administração da Casa da Música gerou discórdia entre o executivo de Rui Moreira, na reunião da CM Porto desta quarta-feira.

A designação do deputado do PSD foi aprovada com sete votos a favor e cinco contra, uma vez que o vereador pelo PSD, Álvaro Almeida, abandonou a sala por recusar participar na votação.

Manuel Pizarro, vereador pelo Partido Socialista (PS), interpelou o presidente da Câmara do Porto antes da votação para manifestar “a surpresa com o nome da personalidade escolhida” para representar a autarquia junto da administração da Casa da Música. O vereador socialista adiantou que a escolha de Luís Osório “chamou à atenção para critérios meramente partidários e que o PS não pode acompanhar”.

O vereador do PS criticou o currículo de Luís Osório por não ter uma ligação à cultura na cidade, “comparando com outras personalidades escolhidas, como Maria Amélia Cupertino Miranda ou Rosário Gambôa”.

O vereador pelo PSD, Álvaro Almeida, juntou-se às críticas de Manuel Pizarro e acusou o autarca do Porto de “comprometer a Câmara antes de ouvir os vereadores”. O deputado laranja acrescentou que Rui Moreira devia ter contactado com os vereadores sobre a escolha de Luís Osório, “mesmo que houvesse questões de urgência”.

O presidente da CM Porto respondeu a Álvaro Almeida e alertou que “a designação [de Luís Osório] é da Câmara e do Conselho Metropolitano”. Rui Moreira adiantou que “quando foram notificados pela Casa da Música não havia tempo útil” para consultar os restantes vereadores.

A vereadora da Coligação Democrática Unitária (CDU), Ilda Figueiredo, juntou-se às vozes discordantes: “Quando olhamos para o currículo [de Luís Osório] não vemos nada disso [de ligação à cultura]”.

A 23 de março, o semanário “Expresso” noticiou que Luís Osório tinha sido convidado pela Câmara do Porto para administrador não-executivo da Casa da Música.

A aceitação do cargo pelo deputado social democrata gerou desconcerto dentro do PSD/Porto, que acusou Rui Moreira de “tentativa de ‘compra’ de voto” e levou à ponderação da retirada da confiança política a Luís Osório por não consultar o partido.

O deputado laranja contrapôs as alegações da concelhia do PSD e afirmou ter avisado o líder da Comissão Política Local e presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, Alberto Machado.

O autarca de Paranhos deu conta ao “Expresso” de que o deputado social democrata tinha “comunicado o facto consumado, o que é diferente de consultar o partido”.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro