No seguimento da notícia avançada pelo Jornal de Notícias (JN) que dá conta da falta de condições em que são tratadas as crianças no serviço de quimioterapia pediátrica do Hospital de São João, o porta-voz do Centro Hospital, Ivo Caldeira, diz ao JPN que a instituição está desde junho de 2017 à espera das verbas para a construção do centro pediátrico Joãozinho, cujas obras estão paradas há dois anos.

“Desde junho de 2017 que aguardamos a libertação das verbas necessárias para o início do processo de construção do centro pediátrico conforme ficou expresso formalmente num protocolo assinado pelo Centro Hospitalar São João, Administração Regional de Saúde Norte e Administração Central do Sistema de Saúde, na presença de dois secretários de Estado. Até lá, fazemos o que nos é possível em condições que são realmente indignas”, adianta.

As denúncias feitas ao JN apresentam uma situação “caótica”. Os tratamentos de quimioterapia serão feitos nos corredores, os doentes terão de partilhar elevadores com carrinhos de limpeza colocados ao lado dos da comida, as enfermarias das crianças em isolamento terão buracos nas paredes e sofás, janelas que deixam passar frio e faltam cortinas para reter a luminosidade.

Os pais contam ainda que, por vezes, têm de esperar quatro ou cinco horas por uma ambulância, sem condições, que transfira as crianças do edifício central do hospital para a unidade do Joãozinho – que funciona há quase 10 anos em contentores.

Autorização do Ministério das Finanças está pendente

As famílias não colocam em causa o trabalho dos médicos e enfermeiros, que “fazem tudo o que podem” para dar o melhor tratamento possível. A notícia adianta, aliás, que foram os próprios profissionais de saúde a incentivar os pais a tornarem públicas as condições em que os filhos são tratados, depois de várias queixas feitas à administração do hospital que não obtiveram resposta.

As obras da nova ala pediátrica Joãozinho estão paradas há cerca de dois anos. Fernando Araújo, secretário de Estado de Saúde e que já pertenceu à direção do CHSJ, garantiu em meados do mês passado que já transferiu os 22 milhões de euros para a construção da unidade, mas continua pendente a autorização do Ministério das Finanças.

Quando o JN tentou perceber onde para o dinheiro, o Ministério da Saúde remeteu esclarecimentos para o São João e Administração Regional de Saúde do Norte, que “empurrou” a responsabilidade para o hospital, que diz já terem ser sido feitas obras de melhoramento.

Contactado pela Antena 1, o Ministério da Saúde adianta que a verba será desbloqueada em breve.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro