E se lhe disséssemos que vai poder comprar e experimentar roupa sem ter de sair de casa através da tecnologia? Esta é uma das inovações que vão ser discutidas na 11ª edição do Congresso em Engenharia de Serviços e Gestão (CESG).

O evento vai realizar-se na próxima terça-feira, dia 17 de abril, às 09h30, no anfiteatro B032 da FEUP. O congresso é promovido por estudantes de Mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e foca-se no futuro dos serviços e nas novas práticas do setor.

Nesta edição o tema é “Future Shaping Services” (Serviços que Moldam o Futuro) e vai contar com a colaboração de profissionais conceituados na área dos serviços que vão debater o impacto das tecnologias no mundo empresarial. Para já, há 120 pessoas inscritas.

Segundo Maria Ferreira, responsável da organização, o futuro vai passar essencialmente por “introduzir o consumidor na experiência virtual”. Um bom exemplo disso é a realidade aumentada. Esta funcionalidade permite ao cliente tocar no ecrã e ver, por exemplo, uma peça de roupa em 360 graus, assim como as respetivas cores. Para além disso, pode ainda observar virtualmente a peça no próprio corpo, sem ter de a experimentar fisicamente.

Blockchain é desconhecido para muitos, mas para algumas empresas já se tornou uma prática comum. O Blockchain está relacionado com as bitcoins, ou seja, a moeda virtual. Muitas empresas, neste momento, já aceitam o pagamento de serviços através de bitcoins, mas isso vai passar a ser uma realidade comum? Nesta edição do CESG vai ser discutido até que ponto as entidades financeiras vão ter de se modificar para poder começar a utilizar esta nova forma de pagamento do futuro.

“As pessoas vão ter de se especializar em tecnologias que ainda não são do conhecimento comum”

Relativamente às novidades no mercado, Maria Ferreira acredita que o foco vai passar por personalizar os serviços para os consumidores de maneira a que seja possível desenvolver ferramentas que se aproximem cada vez mais das necessidades dos clientes. “Hoje em dia é determinante para o sucesso de qualquer serviço ou negócio”, salienta.

Segundo a responsável da organização, “as tecnologias estão dependentes das informações sobre o consumidor”, mas como é que as empresas podem fazer uma segmentação dos clientes sem aceder aos seus dados pessoais? Maria Ferreira acredita que para haver uma segmentação de clientes é necessário que as empresas tenham acesso ao consumo de cada consumidor, caso contrário nunca terão resposta às suas necessidades.

Cloud e o seu impacto também vão estar em destaque nesta 11ª edição da CESG. No fundo, vai ser discutido de que forma é que a circulação de informação integrada numa empresa lhes permite criar vantagens competitivas.

Definição de Cloud segundo a Microsoft Azure: É um conjunto de servidores que foram concebidos para armazenar e gerir dados, executar aplicações ou fornecer conteúdos ou um serviço, como vídeos em transmissão de fluxo, webmail, software de produtividade para escritórios ou comunicação social.

Para um mercado em constante mutação, a responsável da organização acredita que num futuro próximo “vão ser exigidas novas competências”. Isto é, “as pessoas vão ter de se especializar em tecnologias que ainda não são do conhecimento comum”. A especialização vai ter “um impacto muito grande no desenvolvimento de negócios”.

Relativamente à possível desumanização dos serviços, Maria Ferreira acredita que as tecnologias no setor estão dependentes da componente humana para “potencializar as tecnologias do futuro”.

A 11ª edição do CESG vai contar com nove oradores: Jorge Ferreira (HUUB), Nuno Gama (SONAE), Lino Silva (Farfetch), Mariana Ramos (Euronext), Mário Amorim Lopes (INESC-TEC), Gonçalo Costa Andrade (Freedzai), Fred Antunes (CAPBC) e João Machado Mota (AFIP).

O evento tem entrada livre mediante a inscrição prévia. Para mais informações pode aceder ao site da página.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro