Entre os dias 23 e 27 de abril, há duas eleições marcadas para o Conselho Geral da Universidade do Porto (UP). A primeira, a 23, serve para eleger quem vai representar os estudantes naquele órgão nos próximos dois anos. A segunda, a 27, vai determinar o próximo Reitor da UP. Os eleitos a 23 não vão participar ainda na escolha do Reitor, facto que leva a Federação Académica do Porto (FAP) a contestar a sobreposição dos dois processos.

Num comunicado enviado esta quinta-feira às redações, a estrutura considera que, por este motivo, “a escolha do próximo Reitor está envolta numa grande opacidade, desconfiança e dúvida por parte da comunidade estudantil”.

Ao JPN, João Pedro Videira, presidente da FAP, confirmou que a federação está contra esta sobreposição, considerando-a um “desrespeito por um processo eleitoral” [o dos estudantes].

FAP pediu para que processos não fossem sobrepostos

Em dezembro de 2017, foi aprovado o calendário da eleição dos representantes dos estudantes no Conselho Geral da UP. O escrutínio ficou marcado para 23 de abril de 2018. A tomada de posse vai acontecer a 22 de junho. 

A FAP recorda que à data de aprovação do calendário relativo à eleição dos representantes dos Estudantes, ainda não estava definido o calendário do processo eleitoral para o cargo de Reitor da UP. E antes deste ser conhecido, “enviou uma comunicação” a Artur Santos Silva, presidente do Conselho Geral da UP, no sentido de apelar a que não houvesse sobreposição. Até à data, contudo, não obteve resposta na altura.

A 19 de fevereiro, em reunião do Conselho Geral, foi aprovado o calendário eleitoral para o cargo de Reitor, que prevê essa eleição para 27 de abril de 2018. Essa data posiciona-se entre as datas de eleição dos representantes dos Estudantes e a tomada de posse dos mesmos, o que a FAP contesta.

Desta forma, apesar de já haver novos representantes, estes não vão poder votar, pois ainda não tomaram posse. “Aquilo que mais me choca é o facto de aqueles que já estarão no fim do seu mandato e já terão colegas eleitos, serem, ainda assim, quem vai poder eleger e só depois é que os outros tomarão posse”, explica João Pedro Videira.

A Federação Académica do Porto acredita que a eleição do novo Reitor é “um dos processos mais relevantes da Universidade”, e considera que “o papel dos estudantes está a ser completamente ignorado”. “Os estudantes estão a ser deixados de fora”, declara o presidente da FAP.

Questionado sobre o timing da contestação pública, sendo o calendário conhecido desde 19 de fevereiro, o presidente da FAP refere que, desde essa altura, a FAP tem estado a negociar com o Conselho Geral. “Nós tentámos seguir, primeiro, uma via mais negocial. Mas, como não conseguimos nada daí, decidimos tornar esta posição pública agora”.

A 23 de abril, vão ser eleitos quatro novos representantes dos Estudantes para o Conselho Geral da U.Porto para o biénio 2018-2020. O novo Reitor da U.Porto vai ser eleito a 27 de abril para o mandato 2018-2022.

Artigo editado por Filipa Silva