A Universidade do Porto (UP) vai levar a Aveiro para as fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários, que arrancam na segunda-feira, 450 pessoas – entre atletas, treinadores e oficiais.

Quatro equipas vão alinhar com a chancela da UP e outras 21 com a das respetivas associações de estudantes (AE). A edição deste ano dos CNU realiza-se de 16 a 27 de abril e a organização quer “as melhores fases finais de que há memória”. No total vão participar mais de dois mil estudantes-atletas, provenientes de mais de 20 instituições de Ensino Superior.

A Universidade do Porto vai ter quatro equipas em nome próprio e 21 equipas de associações de estudantes da instituição. Mas porque é que acontece esta dicotomia na representação? Por dois motivos: o primeiro, porque existem muitos estudantes-atletas que querem participar nos CNU e se existisse uma única equipa a representar a universidade, nem todos teriam oportunidade de participar nos campeonatos nacionais das modalidades mais concorridas. Por outro lado, as equipas são criadas pelas AE parar tornar os Campeonatos Académicos do Porto (CAP) mais competitivos e dar oportunidade a mais equipas de chegar até às fases finais.

Das 12 modalidades em competição, a UP vai participar em 11 e defender dois títulos de campeã nacional em modalidades coletivas. A AEFEP foi campeã em futsal masculino e a AEFADEUP no andebol masculino.

Nas finais do ano passado, como vice-campeãs nacionais, ficaram a AEFADEUP – em basquetebol masculino e futsal e voleibol femininos – e a AEFEUP, no voleibol masculino. A representar a universidade, as equipas de rugby 7 feminina e masculina, a de hóquei em patins masculina e a de andebol feminino também alcançaram o segundo lugar.

Na edição deste ano, a AEFEUP é a que tem mais atletas nas fases finais. No total, vão 152 atletas e oficiais a Aveiro. A AEFADEUP vai contar com 120 participantes e a AEFEP com 84. Por fim, a AEFMUP vai levar 16 atletas estudantes.

Xavier Vieira, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro. Foto: DR

Xavier Vieira quer Aveiro a acolher Europeus e Mundiais no futuro

Xavier Vieira, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), afirma que Aveiro se tem preparado da melhor maneira para realizar as fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU): “Estamos dedicados para fazer uma das melhores fases finais de que há memória”.

Para o presidente da AAUAv, a realização deste evento pode tornar viável, num futuro próximo, o acolhimento, por parte da UA, de europeus e mundiais universitários.

Relativamente à preparação para os CNU, Xavier Vieira admite que o processo não tem sido fácil do ponto de vista técnico e logístico. As instalações desportivas – o aspeto que aponta como mais trabalhoso – foram um obstáculo inicial, uma vez que cada uma delas “tem a sua dinâmica de trabalho e as respetivas modalidades a decorrer no dia a dia”. No entanto, tanto os clubes como a Câmara Municipal de Aveiro e a própria Universidade de Aveiro “estão na primeira linha de apoio para a realização deste evento”, avança ao JPN.

Do ponto de vista logístico, o facto de o número de atletas e respetivas comitivas ser bastante elevado – cerca de dois mil participantes – trouxe algumas dificuldades, sobretudo na questão da alimentação. Xavier Abreu realça a disponibilidade da UA em garantir a todos os participantes duas refeições – o almoço e o jantar -, durante as duas semanas de competição. Recorde-se que a última vez que Aveiro organizou as fases finais universitárias foi em 2008, há dez anos.

A três dias da competição, o presidente da AAUAv acredita que Aveiro tem possibilidade de alcançar bons resultados. Não é por acaso que os próprios se intitulam de “Academia de Campeões”. No entanto, realça três modalidades que “têm tido um percurso de louvar”.

No basquetebol masculino, Aveiro é campeão nacional. No feminino, já é tricampeão. Xavier Vieira acredita que o facto de jogar em casa é uma vantagem importante que poderá permitir “dar continuidade a esse percurso”.

No andebol feminino, a AAUAv é atual campeã nacional e vice-campeã europeia, o que para o presidente acaba por “dar algum favoritismo” à equipa da casa. “Acredito que temos alguma possibilidade de ser campeãs”, remata.

Record, Porto Canal e CidadeFm dão voz aos CNU

Este ano as fases finais dos CNU vão ter destaque mediático. A Federação Académica de Desporto Universitário (FADU) assinou um protocolo com o Porto Canal válido durante dois anos. A parceria garante a transmissão em direto de três finais por ano das fases finais dos CNU, independentemente do local onde seja realizado.

Para Xavier Vieira, o protocolo entre as duas entidades é “uma oportunidade de sensibilizar todas as pessoas face àquilo que é o desporto universitário”, uma vez que as fases finais são a maior competição desportiva nacional universitária.

Atualmente, com a crescente valorização do desporto nas universidades, “os atletas conseguem jogar nas principais competições do país e, em simultâneo, continuar a ser estudantes”, reitera Xavier Vieira.

Para Daniel Monteiro, presidente da FADU, a parceria com o Porto Canal “foi um momento muito importante para o desporto universitário português”. O facto de haver uma estação televisiva a promover o desporto universitário permite à sociedade civil “viver de perto a magia do desporto universitário português”.

A CidadeFm vai garantir um stand na UA, assim como vai ter uma participação ativa nas redes sociais e vai realizar algumas entrevistas nas finais deste ano, durante as duas semanas de competição. O Record é outro parceiro que vai marcar presença em Aveiro com artigos diários na versão impressa e online.

No total, a edição deste ano vai contar com mais de dois mil atletas, 100 voluntários e 150 pessoas da FADU e AAUAv.

Daniel Monteiro, presidente da Federação Académica de Desporto Universitário. Foto: DR

Daniel Monteiro: Os EUSA Games são “o maior evento multidesportivo alguma vez organizado em Portugal”

O presidente da FADU afirma que os preparativos para “o melhor evento do desporto universitário português” estão a correr conforme o previsto e que, para haver boas fases finais tem de se garantir, em primeiro lugar, as melhores condições possíveis a todos os estudantes atletas “para que depois, dentro da quadra, sejam eles os principais intervenientes”. 

Por ser uma das principais preocupações da FADU, a federação académica admite que “tem vindo a apostar na relação cada vez mais profícua com as autarquias e estabelecimentos de ensino superior”. 

Para Daniel Monteiro, umas boas fases finais são sinónimo de “jogos competitivos, com espetáculo, não só para os espetadores que estarão nos pavilhões, mas também para aqueles que nos acompanham através das transmissões televisivas”.

A mediatização do evento é uma ferramenta fundamental para o presidente da FADU, porque demonstra que a importância do desporto universitário “na formação dos jovens estudantes do ensino superior” é finalmente reconhecida.

Relativamente ao facto dos EUSA Games se realizarem este ano em Portugal, o presidente da FADU acredita que vai ser um “incentivo adicional” para as equipas chegarem “na máxima força às fases finais” e para que “possam disputar os títulos de campeões nacionais universitários”, em julho deste ano, no “maior evento multidesportivo alguma vez organizado em Portugal” que se vai realizar em Coimbra.

A cerca de três meses da competição europeia universitária que vai reunir quatro mil atletas de toda a Europa, provenientes de mais de 300 universidades, Daniel Monteiro reforça que estão a ser trabalhados os últimos detalhes no que toca ao alojamento, alimentação e transportes.

Medalheiro da edição passada

A Associação Académica de Coimbra (AAC) foi a mais medalhada na última edição. Venceu no rugby 7 e no hóquei em patins. Infografia: André Garcia

 

Em Coimbra, a Academia do Porto não foi só representada pela UP. Politécnico do Porto (IPP) e AEISMAI (ISMAI) conseguiram três e uma medalhas, respetivamente. O IPP ficou em primeiro lugar no voleibol masculino e em terceiro no voleibol feminino e hóquei em patins masculino. O ISMAI viu a sua única medalha ser conseguida pela equipa de futsal feminino que alcançou o bronze.

Coimbra foi a universidade mais medalhada

Das restantes universidades, a equipa da casa esteve claramente em destaque com sete medalhas e, este ano, parte para Aveiro com o título de campeã nacional no rugby 7 e no hóquei em patins.

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), na última edição, conseguiu arrecadar, no total, cinco medalhas, sendo favorito na edição deste ano em futsal e voleibol femininos.

A AAUAv, com quatro medalhas, foi campeã em andebol feminino e basquetebol feminino e masculino. A equipa de basquetebol feminino já soma três campeonatos consecutivos.

Com três medalhas, a Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) vai defender o título de campeã em futebol masculino.

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia (AEFCT) e a Associação de Estudantes da Faculdade de Motricidade Humana (AEFMH) foram as únicas que levaram apenas uma medalha na edição do ano passado.

A AAUBI conseguiu uma medalha no futsal masculino, a AEFCT no futebol masculino e a AEFMH no basquetebol feminino.

Na edição deste ano, destaca-se a AAUAv no basquetebol, porque foi campeã no ano passado em masculinos e, em femininos, já conta com o tricampeonato. Já no rugby 7, a AAC – campeã da última edição tanto em femininos como em masculinos – pode vir a fazer a dobradinha.

A UP, apesar de ter conseguido as medalhas de prata nas modalidades de andebol feminino e hóquei em patins masculino, este ano pode vir a surpreender. A AAUM, vencedora crónica em andebol masculino, pode voltar a surpreender e a reconquistar o título que atualmente é detido pela AEFADEUP.

A equipa de futsal feminino da AAUM que, no último ano, foi campeã nacional é uma das favoritas a revalidar o título, uma vez as estudantes atletas da equipa praticam a modalidade no SC Braga.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro