O alerta já tinha sido dado na última sexta-feira. A Metro do Porto, através de uma publicação feita no Facebook oficial da empresa, avisava que caso a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) não desconvocasse a greve, poderia “haver necessidade de suprimir viagens” ou até de “algumas linhas poderem vir a ser temporariamente encerradas”.

O cenário que se viveu ao longo desta segunda-feira, dia 23, na estação de metro da Trindade não foi tão caótico como se previa, mas quem esperava para se deslocar para o trabalho ou para a escola não se livrou de vários minutos de espera. De acordo com a página de facebook da Metro do Porto, as variações máximas foram de 15 minutos.

Para as pessoas que gerem a vida a pensar nos horários dos transportes públicos, os atrasos são sempre uma preocupação. Lídia Oliveira é frequentadora assídua do metro, faz todos os dias a viagem entre Salgueiros e o Bolhão. A greve dos trabalhores da EMEF traz implicações diretas: “Altera a nossa vida, porque temos de sair mais cedo de casa para chegarmos a tempo ao trabalho”, diz.

Para Catarina Pereira, a situação é ainda mais complicada. Viaja diariamente de Rio Tinto até à Trindade e da Trindade para o Marquês, mas na última semana viu a rotina alterada: “tive de começar a apanhar o autocarro para o Bolhão e depois do Bolhão para o Marquês, porque não havia metro na hora em que tinha de vir para a escola”, conta ao JPN.

Edna Pimenta inicia a viagem em Custió e para na Lapa. A experiência das últimas semanas tem sido muito diferente da que estava habituada: “antes tinha de esperar dez minutos, agora tenho de esperar 20/25 minutos, tenho de sair muito mais cedo de casa para vir para a escola para conseguir chegar a tempo”, desabafa.

As razões que levam os trabalhadores da EMEF a fazerem greve prendem-se com a atualização salarial )que não acontece desde 2009), com a atualização do subsídio de turno e do regulamento de carreiras.

Devido à greve, o habitual reforço do serviço do metro para o Estádio do Dragão, em dias de jogo do Futebol Clube do Porto em casa, não vai acontecer.

De acordo com  a agência Lusa, a greve dos trabalhadores da EMEF deverá continuar até ao dia 12 de maio, coincidindo com a semana da Queima das Fitas do Porto.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro