O Queimódromo começou a encher lentamente, mas pelas 23h00 a multidão já aguardava ansiosamente o início dos concertos. Para surpresa de todos, e ao contrário do que o cartaz previa, Matias Damásio abriu a terceira noite da Queima das Fitas. Blaya aguentou a fasquia e pôs toda a gente a mexer.

“Foi preciso vir à Queima das Fitas para descobrir a mulher da minha vida”- foi assim que o músico se apresentou pela primeira vez aos estudantes do Porto. Desde cedo que Matias Damásio não escondeu a sua atenção para o público feminino, com frases como “quero sentir os gritos das minhas garinas”.

Matias Damásio no palco da Queima das Fitas do Porto.

Matias Damásio no palco da Queima das Fitas do Porto. Foto: Marta Guimarães

O estreante na Queima do Porto ficou rendido ao público e confessou que nunca tinha cantado “para tanta gente bonita na vida”. O angolano tocou nos corações dos estudantes do Porto, mas de uma estudante em particular: pediu-lhe que estalasse os dedos e elogiou-a. É seguro dizer que muitas outras desejaram estar na posição da visada.

As primeiras notas da tão ansiada “I wanna be your hero” puseram o público em euforia. Durante o refrão, Matias juntou-se às duas coristas e pediu mãos no ar “como sinal de alegria”. E porque falar em Matias Damásio é também falar em “Loucos”, durante a música as lanternas não saíram do ar. Foi como se dezenas de pirilampos tivessem invadido o Queimódromo. Mas tudo não passava de um público rendido ao artista angolano.

O compositor romântico pôs cabeças a andar à roda, literalmente. A multidão não ficou indiferente aos apelos e todos giraram e dançaram como puderam, ao som dos ritmos de Angola.

Após o concerto, Matias Damásio revelou ao JPN que a sua primeira vez na Queima das Fitas do Porto “foi amor à primeira vista”. O cantor descreveu a sua ligação com o público em três palavras-“carinho, animação e alegria”. O artista confessou que ficou rendido ao “brilho nos olhos das pessoas” e que a experiência “superou as expectativas”.

Funk e hip-hop de Blaya ligam o Porto à corrente

Ainda Blaya não tinha entrado em palco, já o seu nome ecoava nas gargantas pelo Queimódromo fora. Daí não serem um espanto os gritos ensurdecedores dos presentes quando a cantora portuguesa subiu ao palco.

A conjugação entre a música e a dança foi a caraterística principal do segundo concerto da noite de segunda-feira. Blaya trouxe a ousadia e mostrou-se com uma roupa arrojada e uns movimentos de anca que puseram todos ao rubro.

A ex-membro dos Buraka Som Sistema aproveitou a oportunidade para dar a conhecer os mais recentes singles do seu projeto a solo, ensinou letras e incentivou as pessoas a cantar, mesmo as que não conheciam as músicas.

Virgul fez uma aparição surpresa e acompanhou Blaya em “Bem firme”. Mas o tema mais aguardado não tardou: “Faz gostoso” trouxe o funk brasileiro à Queima do Porto para delícia dos fãs. Foi impossível ficar parado.

Virgul também foi à Queima.

Virgul também foi à Queima. Foto: Marta Guimarães

A cantora chamou cinco pessoas ao calhas do meio da multidão para subirem ao palco e, juntamente com os coreógrafos, mostrarem os seus melhores movimentos ao som de “Medley funk”, de Anitta. A atuação ficou ainda mais “quente” com as chamas no início de “Que tiro foi esse”, de Jojo Todynho.

Todos vibraram quando houve throwback a Buraka. A nostalgia e a energia fundiram-se para reviver os maiores êxitos da banda portuguesa como “Kalemba(wegue wegue)” e “Stoopid”.

Noites da Queima
Em dia de cortejo, o convidado da noite é conhecido: Quim Barreiros. Antes dele, uma estreia no Queimódromo: Rosinha.

No encore, a cantora desceu do palco para ficar mais próxima dos estudantes do Porto e concluiu a atuação com “uma última vez a fazer gostoso”. A união foi total entre público e Blaya, onde ninguém parou de cantar. A despedida foi “em grande, bem gostosa”.

Depois de já ter estado na Queima do Porto com os Buraka, Blaya estreou-se sozinha e afirmou ser “muito importante sentir o calor de todas as pessoas, mesmo não sabendo as letras, curtir o show todo.”

Blaya

Blaya Foto: Marta Guimarães

Acerca do vigor que pôs na sua performance e da forma como a transmitiu ao público, a cantora disse já estar habituada e que “já são muitos anos a fazer isto” e acrescentou: Então com os Buraka, foram oito anos sempre a dar esta energia”.

Como é habitual, depois dos concertos, a festa prosseguiu. Os olhos estão agora postos na noite de terça-feira, dia de Cortejo Académico, que Rosinha e o experiente Quim Barreiros vão animar.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro