Só há camas nas residências para 12% dos estudantes que estão fora da sua área de residência. Na tentativa de encontrar soluções e aumentar o número de residências no país surge o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior apresentado durante esta manhã, em Coimbra.

Dos 113.813 estudantes que estudam fora da sua área de residência apenas 12% (13.971) têm direito a alojamento universitário, avança o jornal Público. Os resultados são de um inquérito realizado, em 2017, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e os dados foram fornecidos por 29 instituições, como a Universidade do Porto, Aveiro ou Lisboa.

Uma das medidas do plano passa pela oportunidade de as instituições de ensino superior públicas e as autarquias poderem recorrer ao Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE) caso queiram disponibilizar os edifícios para residências universitárias, conta Fernanda Rollo, Secretária de Estado do Ensino Superior ao matutino.

Outro dos objectivos é apostar principalmente na reabilitação de edifícios públicos já existentes. A governante diz que “abre a oportunidade de trazer para a iniciativa outros parceiros que têm património como é o caso das autarquias”.

O Plano de Alojamento Local prevê ainda a dedução ao IRS das despesas de alojamento de estudantes deslocados até aos 25 anos de idade e isenções na tributação de IMI para proprietários que coloquem no mercado casas com valores acessíveis a estudantes.

Fernanda Rollo afirma ainda que este é “um problema bom”, porque mostra que “há muitos alunos deslocados por todo o país”, o que significa uma prova do sucesso na aposta na mobilidade estudantil. Por outro lado, sublinha que, caso não comecem a surgir respostas, a questão pode resultar num “condicionalismo negativo para a frequência do ensino superior”.

Segundo os dados do inquérito , é na área metropolitana de Lisboa que se encontram o maior número de estudantes deslocados (27.732). Segue-se a região de Coimbra (16.791) e a Área Metropolitana do Porto (15.608). Se for comparado com o número local de inscritos no ensino superior, os dados indicam que as regiões do Oeste e Douro têm os valores mais elevados (69%).

De acordo com um estudo recente da plataforma de alojamento universitário Uniplaces, um quarto para estudantes na capital tem um custo médio de 400 euros, o que representa 65% do orçamento mensal que os estudantes dispõem. No Porto, a média é de 272 euros. Maria Fernanda Rollo ressalva, num artigo publicado pelo Diário de Notícias, que este não é  “um problema só dessas duas cidade mas de todo o país”.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro