Diferentes estilos, diferentes sonoridades. O último dia do North Music Festival ficou, também ele, marcado por uma das características essenciais do evento: a variedade musical das quatro bandas que passaram pelo palco. E, por consequência, ficou também marcado pelos muitos tipos de público que passaram pela Alfândega do Porto, este sábado.

Os First Breath After Coma tinham a missão de abrir o último dia de festival. Perante um público magro, a banda portuguesa trouxe o seu indie rock suave às margens do Rio Douro. O concerto acabou pouco tempo antes do início da final da Liga dos Campeões, cujo jogo, a pensar nos fãs do futebol, foi transmitida no palco Dance

E foram muitas as pessoas que se deslocaram para o interior da Alfândega para assistir ao encontro entre o Real Madrid e o Liverpool. Entre elas estava Diogo Albarrã, vindo de Lisboa para ver The Prodigy. “Gosto muito de futebol, mas não gosto de nenhuma destas equipas. Estou aqui a ver porque é a final da Champions”, explicou justificando assim o facto de não se ter deslocado para ver o início do concerto de Slow J.

Tudo à espera de The Prodigy

“Façam o que vocês quiserem”, foi o apelo que o rapper português deixou repetidamente. Com um concerto onde praticamente só tocou músicas do álbum “The art of slowing down” fez vibrar os que se deslocaram para o ver. Na fila da frente, toda a gente sabia todas as letras. Slow J sorria para o público. O público respondia com aplausos.

Era agora altura de Mão Morta apresentar pela última vez o seu concerto especial dedicado ao álbum de 1992 “Mutantes S21”, onde são tocadas todas as músicas do trabalho, não necessariamente pela ordem original. Eram muitas as caras novas na fila da frente, comparativamente a quem lá estava quando decorria o concerto de Slow J. Um público diferente, de uma geração diferente como se exigia.

Adolfo Luxúria Canibal, no seu estilo inconfundível, pediu desculpa pelo concerto curto. “Na altura só se podiam fazer álbuns de 40 minutos”, explicou. Mas não só de músicas do álbum “Mutantes S21” se fez o concerto. Também foram tocadas músicas do seu álbum de estreia que adotou o nome da banda e que é de 1988. “Muitos de vós ainda não ereis nascidos”, brincou o vocalista da banda de Braga.

Na Alfândega, esperava-se sobretudo pelo concerto de The Prodigy. Isso era claro na quantidade de pessoas que vestia roupa com o nome da banda. Em todo o lado, ora só com o logo, ora com o nome da banda, havia alguém com algum mershandise dos britânicos.

Não foi, por isso, de estranhar a apoteose quando subiram a palco e tocaram “Omen”, um dos seus maiores êxitos. O hardcore techno da banda criou um moshe no centro do recinto que só parou quando o concerto acabou, muito à imagem do que havia acontecido no primeiro dia com Gogol Bordello.

Foi com DJ Ride no palco Dance que acabou a segunda edição do North Music Festival. O festival volta em 2019 à Alfândega do Porto.