Ciências do Ambiente, Biologia, Engenharias e Informática. Estes são apenas alguns dos exemplos das categorias em destaque na 12ª edição da Mostra Nacional de Ciência que vai estar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto entre quinta-feira e sábado. A iniciativa reúne os 100 melhores projetos de ciência e investigação juvenil.

O evento, co-organizado pela Fundação da Juventude, a Ciência Viva e o Município do Porto, envolve 265 jovens cientistas e 64 professores de 42 instituições de ensino.

Os cinco primeiros prémios a atribuir aos alunos e projetos selecionados são de, respetivamente, 1.250, 1.000, 750, 600 e 400 euros. Vai ser ainda atribuído um Prémio Especial Professor(a) Coordenador(a) do primeiro prémio, no valor de 400 euros para distinguir o empenho e a dedicação no acompanhamento do projeto.

Francisco Maria Balsemão, presidente da Fundação da Juventude, considera que  “é importante que se apoie e se fomente o desenvolvimento científico em Portugal, o qual estes jovens provam que pode e deve começar nas escolas”, como se pode ler em comunicado.

Os projetos

Bioeconomia, Biologia, Ciências da Terra, Ciências do Ambiente, Ciências Médicas, Ciências Sociais, Economia, Engenharias, Física, Informática e Ciências da Computação, Matemática e Química. Estas são as categorias dos 100 melhores projetos que vão estar em destaque na Mostra. O JPN selecionou alguns exemplos.

Do Colégio Luso-Francês, no Porto, chega o projeto AQUASOIL. As alunas Catarina Dias, Laura Cullen, Maria Freitas e Maria Louro pretendem, de acordo com a informação disponibilizada pela organização do evento, estudar “a criação de um hidrogel biodegradável para aplicação em solos com carência hídrica, que seja ambientalmente sustentável e competitivo do ponto de vista económico”.

As alunas fizeram um estudo e concluíram que há um“efeito positivo na hidratação do solo”, estando já a ser “programados os testes in vivo“.  Assim, AQUASOIL pode tornar-se numa “tecnologia simples e viável para minimizar os impactos da seca nos solos, num cenário de alterações climáticas em que se prevê uma crescente severidade”.

De acordo com estatísticas atuais, 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de subnutrição crónica causada pela degradação do solo, redução da fertilidade das terras, perda de biodiversidade e pelo uso insustentável de recursos hídricos e por causa seca.

Já o projeto Tasty Spoons tem como principal objetivo produzir colheres comestíveis. Parece estranho? Mas é a proposta dos alunos António Ribeiro, Beatriz Subtil, Rita Mendes do Externato Cooperativo da Benedita: colheres que podem ser consumidas após uma refeição.

“Este produto possibilitará uma diminuição na aquisição de colheres de plástico e indiretamente um menor impacto nos ecossistemas, no que diz respeito à poluição e na exploração de recursos energéticos fósseis”, explicam.

Foram utilizados apenas materiais biológicos como a casca de banana, mel, cera de abelha, agrião, entre outros. “Um dos nossos objetivos é fazer colheres que satisfaçam a relação preço/qualidade, analisando os gastos efetuados na compra dos ingredientes e calculando o preço médio que estas teriam no mercado”, observam ainda.

Algas na dieta dos portugueses é o nome do projeto realizado por Beatriz Silva, Miguel Gameiro e Raquel Coelho da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, de Leiria. “Com uma costa de, aproximadamente, 1.736 quilómetros no continente, 691 quilómetros nos Açores e 212 quilómetros na Madeira, Portugal tem nas algas marinhas um recurso alimentar ainda desconhecido”, dizem os mentores do projeto.

Foi na Figueira da Foz que os três estudantes aprenderam a recolher e a conservar as “algas mais interessantes para acrescentar à gastronomia nacional, no máximo respeito pelo equilíbrio dos ecossistemas costeiros”.

Os mais curiosos vão poder provar uma “omelete ou um arroz com pinatífidas” ou um “pudim de Chondruscrispus”. Desta forma, vão ficar a conhecer o sabor das algas marinhas e “beneficiar das fibras e nutrientes de baixo valor calórico, assim como do potencial nutracêutico das algas”.

A avaliação e a seleção dos trabalhos será feito por um júri designado pela Ciência Viva. Todos os outros projetos selecionados para a 12ª Mostra Nacional de Ciência já podem ser consultados.

Dia 31 de maio, quinta-feira, as portas vão estar abertas das 10h00 às 18h30. Dia 1 de junho, os interessados podem visitar a mostra das 10h00 às 19h00. No último dia, 2 de junho, as portas voltam a abrir às 10h00, mas o certame termina mais cedo, às 16h30. A entrada é gratuita.

Artigo editado por Filipa Silva