Portugal começou a caminhada no Campeonato do Mundo de 2018 com um empate (3-3) frente à Espanha. A equipa lusa esteve em vantagem por duas vezes, deixou o adversário virar o resultado, mas um livre direto, aos 88 minutos, concretizado por Cristiano Ronaldo, acabou por empatar o jogo no Fisht Stadium, em Sochi, na primeira jornada da fase de grupos.

O melhor do mundo fez notar a sua chegada à Rússia com três golos, enquanto que Diego Costa, por duas vezes, e Nacho fizeram os golos da seleção espanhola.

O ambiente era de grande expectativa para a estreia de ambas as equipas no mundial. Os campeões europeus queriam assumir o favoritismo no grupo, enquanto que sobre a Espanha recaía a dúvida sobre os efeitos das mudanças na equipa técnica às portas do Mundial.

Fernando Santos apresentou algumas surpresas na equipa titular. Gonçalo Guedes juntou-se a Crisitano Ronaldo na frente de ataque e Bruno Fernandes completou um meio-campo composto por William Carvalho, João Moutinho e Bernardo Silva. A defesa foi a habitual com Raphael Guerreiro, José Fonte, Pepe, Cédric e Rui Patrício. 

Do lado espanhol, a única surpresa de Hierro foi a titularidade de Nacho na direita da defesa, por condicionamento de Carvajal. De Gea, Piqué, Sérgio Ramos e Jordi Alba eram os outros elementos do sector defensivo. Sérgio Busquets, Koke e Iniesta no miolo apoiavam David Silva, Diego Costa e Isco no ataque.  

Entrada forte que não durou

Decorria ainda o segundo minuto da partida quando Nacho, com a perna, derrubou Cristiano Ronaldo na área espanhola cometendo grande penalidade, que o capitão da seleção portuguesa assumiu e marcou. Uma entrada a todo o gás dos campeões europeus que prometia. 

No entanto, quem assumiu as despesas do jogo foi a Espanha que foi à procura do empate, enquanto Portugal defendia à espera do erro do adversário. Aos 21 minutos, Gonçalo Guedes podia ter aumentado a vantagem, mas perdeu muito tempo na cara de De Gea. 

Quem não perdoou foi Diego Costa, que aguentou a pressão de três defesas portugueses e arranjou espaço dentro de área para rematar rasteiro para o empate. Os portugueses ainda reclaram falta sobre Pepe, mas nem o árbitro, nem o VAR assim o consideraram. 

Os comandados de Fernando Santos não reagiram bem ao golo e até podiam ter sofrido outro dois minutos depois, com um remate de Isco que bateu na barra e em cima de linha de golo, mas que acabou por não entrar. Depois foi a vez de Iniesta que rematou centrímetros ao lado na sequência de uma boa jogada de entendimento da equipa espanhola.

Em cima do intervalo, e contra a corrente do jogo, Portugal voltou à liderança do marcador. Ronaldo, à entrada da área, rematou e De Gea deixou passar. Uma falha evidente de um dos melhores guarda-redes do mundo.

O resultado de 2-1 ao intervalo não traduzia o que aconteceu na primeira parte. Portugal teve menos oportunidades e controlo, mas acabou por sair beneficiado por dois erros individuais espanhóis complementados com a excelência de Cristiano Ronaldo.

Vantagem voou num ápice

Beneficiando de uma entrada forte, a Espanha virou o marcador no primeiro quarto de hora da segunda parte. À passagem do minuto 55, um livre de David Silva encontra a cabeça de Busquets, que cruza para Diego Costa e o avançado faz o segundo da conta pessoal.

Três minutos depois foi a vez de Nacho escrever o nome no marcador. Uma bola solta na zona da meia-lua sobrou para Nacho que, com um remate indefensável, redimiu-se do penálti cometido. 

Com a reviravolta feita, a Espanha decidiu gerir a posse de bola, permitindo a Portugal crescer no jogo e aparecer em zonas mais avançadas do terreno. Fernando Santos fez entrar Quaresma e João Mário para os lugares de Bruno Fernandes e Bernando Silva, que tiveram exibições discretas.

Quando todos já esperavam um deslize na estreia da equipa das quinas, eis que apareceu o génio de Ronaldo com um livre direto que deixou De Gea preso ao chão. Hat-trick para o jogador português que garantia assim um ponto contra o adversário mais complicado do grupo.

Para Portugal segue-se a seleção de Marrocos na próxima quarta-feira (20), às 13h00.

“Ainda bem que o melhor do mundo é português”

O selecionador nacional reconheceu que a exibição não foi a melhor e que há aspetos a melhorar. “No aspeto defensivo, permitimos que a Espanha jogasse sistematicamente. Temos de corrigir. Sem bola temos de defender mais perto do adversário. A equipa bateu-se, trabalhou e foi sempre à procura do resultado, mas há muita coisa para retificar”, defendeu Fernando Santos.

Quanto ao fator que fez a diferença, Fernando Santos admitiu: “Ainda bem que o melhor do mundo é português. Ele faz a diferença, por isso espero que continue a marcar golos no Mundial do Qatar, em 2022”.

Este sábado realizam-se quatro jogos na Rússia. O dia começa com o França-Austrália às 11h00; segue-se o Argentina-Islândia às 14h00; o Perú-Dinamarca às 17h00 e o Croácia-Nigéria às 20h00.

Artigo editado por Filipa Silva