A ideia partiu de dois amigos com percursos profissionais distintos mas gostos musicais comuns e com base na experiência de ambos em festivais fora de portas, em Berlim, Barcelona ou nos Estados Unidos. “Percebemos que havia um espaço para ocupar aqui no Porto na [área da] música eletrónica menos pesada, à qual a cidade ainda está muito fechada”, conta ao JPN Vítor Magalhães.

O CEO da portuense BySide partilha também as premissas em que assentou a ideia burilada com o amigo Ruben Domingues: “Queríamos fazer um evento que acontecesse durante o dia, num espaço verde e que cruzasse várias áreas”.

É por isso que, além da música, que promete ser eclética, o Elétrico Porto Music Experience tem no programa atividades ligadas à arte, à tecnologia e à dança.

O evento foi apresentado esta quinta-feira, no Parque da Pasteleira, onde vai decorrer no fim de semana de 20 a 22 de julho.

E porquê na Pasteleira? “Desconhecíamos o Parque da Pasteleira e honestamente achávamos que o nome não era muito convidativo, até termos visto o espaço. Quando vimos, vimos um parque perdido no meio da cidade do Porto, muito bonito, que quase toda a cidade desconhece”, diz Vítor Magalhães, que reforça: “Toda a gente que levamos ao Parque fica fascinada”.

O contacto com a natureza está também nas prioridades do certame.

Música, Arte, Tecnologia e Dança

Mas vamos às propostas. Na música, elas vão do jazz ao techno, passando pelo soul, funk, disco e house.

A dupla Dharum & Helder Pizzicato, que este ano encerra o Boom Festival, vai abrir o evento.

No plano internacional, vão passar pelo Porto: Larry Heard (ou Mr. Fingers), Delano Smith, Nightmares on Wax, Miss Honey Dijon, Peggy Gou,  ZIP (Thomas Franzmann) ou ainda Fumiya Tanaka o “Minamoto no Yoritomo” da eletrónica de dança japonesa.

A norte-americana Honey Dijon.

A norte-americana Honey Dijon. Foto: D.R.

Da entourage nacional farão parte Rui Vargas, João Maria, Gusta-VO, João Semedo, João Tenreiro, André Cascais, Vasco Valente, Mafalda e Diana Oliveira.

No plano da arte, destaque para o projeto Mupi Gallery, criado em parceria com a JCDecaux – dona das estruturas em que habitualmente vemos os mupies nas paragens de autocarro – e o “Maus Hábitos”. As estruturas vão ser usadas para mostrar fotografias artísticas.

Haverá ainda uma feira de arte, nos três dias do festival, com trabalhos de fotografia, pintura, desenho, ilustração, pósteres, fanzines e outros trabalhos de autor.

A componente tecnológica passa por levar parte do ecossistema empreendedor da cidade até ao parque. Prevista está a gravação de um podcast, ao vivo, sobre inovação e empreendedorismo, com a participação de fundadores de startups, investidores e outros atores da cena do negócio, numa parceria com o programa The Next Big Idea.

No capítulo da dança, o Sacred Dance Ritual vai envolver música, dança (claro está) e estímulos sensoriais. “Cada participante será convidado a fazer uma viagem de olhos vendados e descalço, dançando ao som e ritmo de um DJ Set“, lê-se na nota de imprensa da organização. E haverá também sessões de meditação diárias.

O Elétrico Porto Music Experience, que conta com a parceria da Porto Lazer e da Câmara Municipal do Porto, e que tem também no grupo de fundadores Rui Cardoso, sócio do Indústria Club – espaço cuja programação está a cargo da RDZ de Ruben Domingues – aponta, nesta primeira edição, numa audiência de duas mil pessoas por dia e quer crescer com calma.

O festival abre às 14h00 na sexta e no sábado e fecha a 01h00 nesses dias. No domingo, abre as portas ao meio-dia e encerra às 22h00. As entradas diárias têm um custo de 25 euros. O passe geral custa 60 euros.