A sete dias do arranque da primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior, uma visita ao portal Infocursos pode ajudar a esclarecer algumas dúvidas na hora de escolher o curso que se quer seguir.

Mais ainda porque a plataforma foi atualizada na última sexta-feira, apresentando agora os dados estatísticos mais recentes relativos às licenciaturas e mestrados integrados disponibilizados por instituições públicas e privadas do setor para o próximo ano letivo.

Do conjunto de dados disponibilizados, eis alguns relativos à Universidade do Porto (UP).

1. Quais são os cursos com melhores médias de entrada na UP?

Considerando 51 cursos de Licenciatura e Mestrado Integrado contemplados no Concurso Nacional de Acesso, a UP tem oito formações cuja nota média de ingresso ultrapassa os 18 valores.

Engenharia e Gestão Industrial – 18,7
Medicina (FMUP) – 18,6
Bioengenharia – 18,5
Medicina (ICBAS) – 18,5
Arquitetura – 18,4
Engenharia Mecânica – 18,1
Engenharia Informática e Computação – 18,1
Línguas e Relações Internacionais – 18,1

Economia (17,9) e Física (17,6) fecham o top 10.

Estes valores são referentes ao ano de 2017 e não correspondem à nota do último classificado. São sim a média das notas de entrada neste ano.

2. Quais são os cursos da UP com melhores classificações finais?

Verifica-se alguma correspondência entre os cursos que com melhores notas à entrada e aqueles cujos alunos registam melhores médias finais. Mas há exceções.

Tendo em conta as classificações finais dos diplomados de cada curso da UP nos anos letivos 2014/2015 e 2015/2016, a base de dados do Inforcursos diz-nos que as médias mais altas à saída estão na casa dos 15 valores. Há oito cursos que chegam lá:

Bioengenharia – 15,8
Engenharia Informática e Computação – 15,5
Medicina (ICBAS) – 15,3
Medicina (FMUP) – 15,2
Ciências da Educação – 15,2
Física – 15
Engenharia Eletrotécnica e de Computadores – 15
História da Arte – 15

De referir, que não há dados para o Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial, que é atualmente o curso com média mais alta de entrada na UP.

Arqueologia (12,7), Engenharia de Minas e Geoambiente (13) e Ciências de Engenharia (13) apresentam as médias de saída mais baixas.

Nota ainda para os cursos em que alguns alunos conseguem a proeza de terminar com média de 20. Ciência de Computadores (3,3%), Matemática (2,8%) e Bioquímica (0,8%) são três dos oito cursos que tiveram diplomados com média final de curso de 20 valores.

3. Quais são os cursos da UP com maior percentagem de abandono?

Medir o abandono escolar no ensino superior não é tarefa fácil, mas uma das formas de nos aproximarmos desta realidade é seguir o rasto dos alunos. Isto é,  saber o que é feito de cada um, um ano depois de se terem inscrito num determinado curso.

E há vários cenários possíveis, que vão da mudança de curso dentro do mesmo estabelecimento de ensino à mudança de estabelecimento de ensino. O indicador mais próximo do que se possa chamar “abandono escolar” é aquele que remete para os alunos que, ao cabo de um ano letivo, não se encontram inscritos em lado algum.

Para o Infocursos 2018 foram considerados os alunos inscritos no primeiro ano, pela primeira vez, nos anos letivos 2014/2015 e 2015/2016.

No caso da UP, o curso com maior percentagem de alunos que desapareceram do sistema ao fim de um ano é o de Filosofia (26,1%), seguido de Ciências da Linguagem (21,6%) e de História da Arte (17,8%). Oito dos 10 com maior percentagem de desistências são da Faculdade de Letras. Outros dois (Matemática e Geologia) são da Faculdade de Ciências.

Letras tem também um dos cursos com maior taxa de “fidelidade”: 96,7% dos estudantes de Línguas e Relações Internacionais mantinham-se no mesmo curso um ano depois da inscrição. Melhor só as Medicinas, com uma percentagem acima dos 97%. Falamos, de novo, de cursos com algumas das mais altas notas de entrada.

4. E quais são os cursos com mais e menos desemprego associado?

Comecemos pelas boas notícias. Há dois cursos com “desemprego zero” e outros próximos disso. Assim, de Medicina do ICBAS e de Engenharia Física não houve qualquer recém-diplomado registado num centro de emprego. A percentagem no caso de Medicina da FMUP também é irrelevante (0,1%) havendo, do curso de Fisica também somente um aluno inscrito, em média, no período avaliado.

No topo dos cursos com mais “ocorrências” nos centros do IEFP, em termos percentuais, isto é, por relação com o número de diplomados dessas instituições, estão, à cabeça, o curso de Psicologia (17,2%), seguido de Engenharia de Minas e Geoambiente (11,8%) e Arquitetura (10,8%).

Fazendo uma leitura pela positiva, dos 51 cursos listados, apenas oito têm uma taxa de desemprego superior à taxa de desemprego total da população portuguesa (8,9%). Todos os outros apresentam valores abaixo.

5. Quantos estudantes estrangeiros tem a Universidade do Porto?

No ano 2016/2017 passaram pela UP 1.841 estudantes estrangeiros pelos cursos de Licenciatura e Mestrado Integrado. O número inclui participantes em programas de mobilidade. O Brasil é, de longe, o país com maior contingente na Invicta, com cerca de 800 estudantes. Seguem-se Espanha e Itália.

Quanto aos cursos mais procurados pelos estudantes estrangeiros, as contas não são fáceis de fazer porque na base de dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que serve de base ao Infocursos, grande parte dos estudantes estrangeiros da UP aparece associado a “curso não especificado”.

A explicação avançada ao JPN pelo organismo que agrega estatísticas das áreas da Educação e Ciência, confirmada pela UP, é que a instituição opta por esta classificação pelo facto de muitos destes estudantes se inscreverem em unidades curriculares referentes a diferentes cursos.

Pegando naqueles que estão inscritos num só curso, então, é Arquitetura (70) a formação com maior número de estudantes não nacionais, seguida de Engenharia Civil (43) e Direito (28).

O número de estudantes estrangeiros representa 9% do total de inscritos na UP, batendo na média nacional que é de 9,4% para Licenciaturas do Ensino Público e de 13,6% para os Mestrados Integrados do Público.

6. A UP é uma universidade mais feminina ou mais masculina?

É equilibrada, mas pende mais para o feminino. Olhando ao número de alunos inscritos na UP no ano letivo 2016/2017 (20.335), 53% eram do sexo feminino, um valor também próximo da percentagem nacional.

7. O que diz o Infocursos do resto do país?

Em termos nacionais, destaque para o facto de ter diminuído a percentagem de alunos que não estão inscritos ao cabo de um ano, o que indicia melhorias no abandono escolar tanto no ensino público como no privado. Também no capítulo do desemprego, a tabela deste ano mostra melhorias. Se em 2015, quando a plataforma foi lançada, a percentagem de recém-diplomados inscritos em centros de emprego era de 8,6%, o valor é este ano de 5,5%. A evolução foi ainda mais positiva no ensino privado, que passou de uma taxa de 12,7% para 5,7%.

Os dados mostram ainda um aumento de estudantes estrangeiros tanto no público como no privado. E dizem-nos que no Ensino Público é através do Concurso Nacional de Acesso que mais alunos entram no sistema, conseguindo a maioria fazê-lo na primeira opção.

A primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior abre no próximo dia 18 de julho e prolonga-se até 7 de agosto.