O último dia do MEO Marés Vivas começou com a sonoridade relaxante de Janeiro. O seu primeiro álbum, “Fragmentos”, desfilou pelo Palco Santa Casa. O público à volta do espetáculo aumentou gradualmente, à medida que Janeiro criava melodias calmas e descontraídas através da sua guitarra.

Um dos destaques da atuação foi o aparecimento de Tiago Nacarato, devolvendo o favor pela aparição de Janeiro no concerto do dia anterior. Houve ainda tempo para tocar “Sem Título”, a música do Festival da Canção que trouxe o artista para a ribalta e muitos fãs até ao palco.

Na despedida da sua edição de estreia, o KIA Digital Stage apresentou um palco recheado de atuações. Owhana, Paulo Sousa, Nuno Moura e Os Aurora foram convidados para divertir o público que aguardava pelo nome principal do último dia: Sea. A mulher portuguesa com mais subscritores no Youtube colocou os pés em palco às 18h00, para a alegria de muitos dos seus fãs.

Num espetáculo curto, Sea cantou algumas músicas de artistas pop, como Dua Lipa e Britney Spears. Para terminar o concerto e agradecer o apoio do público, cantou o seu primeiro single, “Player 2”, levando a uma grande ovação dos mais jovens presentes na multidão.

Regressamos ao palco Santa Casa, pela última vez nesta edição do festival, para encontrar Bárbara Bandeira. A cantora portuguesa foi a anfitriã da despedida do palco secundário do festival, que se realizou ao som das músicas mais populares da jovem artista. A atuação da vocalista contou com a participação de um convidado especial. Agir, o cantor português, subiu ao palco para participar num dueto com Bandeira, que deixou a já encantada legião de fãs da cantora ainda mais emocionada.

Uma audiência substancial já rodeava o Palco MEO quando Laura Pergolizzi entrou em cena. Num registo focado inteiramente na música, LP e a banda que a acompanhou limitaram-se a demonstrar o talento de todos os artistas presentes em palco.

O assobiar característico da artista e a sua voz distinta conquistaram aos poucos o público presente, ao mesmo tempo que levava ao êxtase alguns fãs mais acérrimos. No final, LP tocou o seu maior sucesso, “Lost On You”, para terminar um concerto que deu energia à multidão para o resto da noite.

Passaram quatro anos desde a última vez que o público do MEO Marés Vivas teve a oportunidade de ver Joss Stone a atuar, uma espera que terminou na presente edição do festival. O regresso da artista a Gaia atraiu muitos fãs que, no final do espetáculo, encontravam-se todos satisfeitos.

A simplicidade e alegria contagiantes da artista britânica marcaram um concerto de um nível exímio de instrumentalidade e poder vocal. Ainda na fase inicial da atuação, Joss Stone criticou Donald Trump, atual presidente dos EUA, antes de cantar “(For God’s Sake) Give More Power To The People” . De seguida, a artista atravessou o fosso que separava o palco da audiência, para chegar à beira do público e pedir apoio vocal, algo que se registou durante todo o espetáculo. Já numa fase tardia, Joss Stone repetiu o gesto, desta vez para distribuir girassóis por alguns fãs, uma das suas imagens de marca.

A noite passou rápido e a cantora de soul teve de se despedir, mais uma vez, da multidão do MEO Marés Vivas, finalizando um dos concertos mais marcantes do último dia de festival.

O momento mais esperado do dia foi, contudo, a subida da cabeça de cartaz ao palco, acompanhada por uma equipa de seis dançarinos.

A estreia de Rita Ora em palcos portugueses foi recebida por um público extenso e carregado de afeto pela artista. A própria cantora chorou, como consequência de uma receção excecionalmente calorosa. A performance da artista contou com alguns dos seus maiores sucessos comerciais como “Your song” e “I will never let you down”, mas foi em “Lonely Together”, num tributo a Avicii, o DJ sueco que co-escreveu a canção e faleceu em abril deste ano, que a emoção mais se fez sentir.

As interacções com a audiência também foram momentos de destaque pela emoção e espontaneidade dos mesmos. Seja a cantar os parabéns a uma fã aniversariante ou a passar o microfone a um membro do público que ansiava por demonstrar os seus dotes vocais à cantora, percebeu-se o porquê de Rita declarar que “este foi o melhor concerto da digressão”.

O Palco MEO despediu-se desta edição do Marés Vivas com um concerto onde a felicidade do público foi soberana. Os D.A.M.A regressaram ao festival, passado dois anos, e foram os responsáveis por um espetáculo que demonstrou o apoio incondicional dos fãs da banda portuguesa. Entre músicas clássicas do seu alinhamento e os novos singles, não houve um momento onde a audiência do festival não parasse de cantar e gritar para os seus ídolos.

O encore fez ouvir canções marcantes da carreira da banda, como “Não Faço Questão” e “Balada do Desajeitado”. A atuação provou, de novo, a capacidade dos D.A.M.A para fechar com chave de ouro o palco principal do festival.

O MEO Marés Vivas regressa a Vila Nova de Gaia em 2019 e continuará a ter três dias que se vão situar entre 18 e 21 de julho. Falta saber se de quinta a sábado, ou de sexta a domingo.

Artigo editado por Filipa Silva