A quarta edição do Queer Porto, “embaixada” da Invicta do festival nacional dedicado à exibição de filmes de temática LGBT, arranca esta quarta-feira e prolonga-se até domingo em três espaços da cidade.

Os destaques deste ano vão para a presença do escritor norte-americano Dennis Cooper e de Linn da Quebrada, cantora transexual e protagonista do documentário “Bixa Travesty” de Kiko Goifman e Claudia Priscilla que vai ser exibido esta quarta-feira na abertura do festival, a partir das 21h30, no Pequeno Auditório do Rivoli.

Linn da Quebrada, “Bicha, trans-, preta e periférica. Performer e terrorista de género”, como a própria se define, volta a agitar o Porto, depois do concerto na passada sexta-feira no Maus Hábitos, agora através do ecrã com o filme “Bixa Travesty”, vencedor do prémio do Teddy Award de Melhor Documentário da Berlinale, que acompanha a sua vida artística e pessoal.

Dennis Cooper, escritor de culto, com uma extensa obra literária que vai desde a poesia e teatro à não-ficção, está no Porto para apresentar, juntamente com Zac Farley, “Permanent Green Light”, o filme co-realizado por ambos. Será ainda o centro de uma conversa marcada às 18h00 de sexta, dia 12, no Café Rivoli.

Afiliado do Queer Lisboa, nascido há 21 anos, o festival Queer Porto surgiu em 2015, apresentando-se com o objetivo de trazer à cidade “algumas das obras e criadores mais emblemáticos e as tendências mais emergentes do Cinema e Cultura Queer.”

À semelhança dos anos anteriores, o festival vai decorrer em vários espaços culturais da cidade do Porto. O Rivoli acolhe a competição oficial para Melhor filme e a competição “In my shorts” de filmes realizados em contexto escolar (prémios não monetários).

A competição para Melhor Filme é disputada por oito longas-metragens de ficção e documentário realizadas entre este ano e o anterior. O vencedor receberá um prémio no valor de três mil euros, financiado pela RTP.

Os filmes em concurso nesta edição são “1985” de Yen Tan, “Call her Ganda” de PJ Raval, “Permanent Green Light” de Dennis Cooper e Zac Farley, “The rest I make up”de Michelle Memran, “Soldiers. Story from Ferentari” de Ivana Mladenovic, “L’Animale” Katharina Mückstein, “Dykes, Camera, Action!” de Caroline Berler e “Les Garçons Sauvages” de Bertrand Mandico.

As sessões fora da competição, realizadas em espaços como a Mala Voadora, Rivoli e Maus Hábitos, contam com a exibição de longas e curtas-metragens, documentários e instalações-vídeo, que se relacionam num confronto de “diversas linguagens artísticas, sempre em articulação com o cinema.”.

Das sessões especiais destaca-se o programa “Queer Pop” dedicado aos The Knife/Fever Ray (quinta, 11) e a desafiante performance Pussy, de Liad Hussein Kantorowicz, nos Maus Hábitos (sexta, 12).

O cartaz conta ainda com a exibição da curta-metragem “No Democracy Here” e o espetáculo “#LOSMICRÓFONOS”, do grupo espanhol Mont de Dutor, na Mala Voadora, e a apresentação do programa “As Pinturas Fílmicas” de Carolee Schneemann e o documentário “Breaking the Frame”, no Rivoli.

O universo da moda tem direito a um programa documental no qual se insere a exibição de “We Margiela”, um filme sobre a luxuosa casa de moda francesa fundada e dirigida por Martin Margiela; o documentário “Kevyn Aucoin – Beauty & the Beast in Me”, composto pelos vídeos caseiros do próprio de Kevyn Aucoin e “George Michael: Freedom – Director’s Cut”, um documentário biográfico sobre o emblemático cantor, acompanhando a sua vida no período de composição do albúm “Listen Without Prejudice“(1990).

A quarta edição do Queer Porto despede-se dos Maus Hábitos com o filme “Shéhérazade”, e uma festa de encerramento, que conta com a participação dos DJ’s Simone e André Fonseca de Carvalho e o mais recente trabalho de Alexander Geist, “Speculative“, no sábado, dia 13. É na Mala Voadora, a 14, que o festival encerra a sua programação, que pode ser consultada em versão completa no site do Queer Porto.

Artigo editado por Filipa Silva