São projetos editoriais jovens, com modelos de financiamento próprios, e que entre várias coisas apontam para a necessidade de um jornalismo menos comprometido com a agenda mediática. Divergente e Fumaça estavam nomeados pela primeira vez para os Prémios de Ciberjornalismo e saíram do Porto, esta quinta-feira, cada um com um prémio do júri na mão.

A Divergente venceu a categoria Reportagem Multimédia com o trabalho “Terra de Todos, Terra de Alguns“, realizada em Moçambique, e da autoria de Sofia da Palma Rodrigues, Boaventura Monjane e Diogo Cardoso. Já o Fumaça levou o prémio para melhor Narrativa Sonora Digital – uma categoria também em estreia este ano – pela série “Palestina – Histórias de um País Ocupado“, de Maria Almeida e Ricardo Esteves Ribeiro.

O jornal “Público” também esteve em destaque com a conquista do galardão principal – Prémio de Excelência em Ciberjornalismo -, tendo sido também distinguido em Infografia Digital pelo trabalho “Rohingya – Uma crise sem fim” de Francisco Lopes.

O júri, que nesta 11ª edição dos Prémios avaliou 69 trabalhos, premiou também a Rádio Renascença em duas categorias: Narrativa Vídeo Digital, com a reportagem “Pedrógão: Um ano depois do meu mundo arder“, de João Carlos Malta e Joana Bourgard; e Última Hora, no acompanhamento ao minuto feita pela edição online da RR durante os incêndios de 15 de outubro de 2017.

Na nova categoria de Ciberjornalismo de Proximidade foi o jornal regional de Castelo Branco, Reconquista, a brilhar. Tinha três trabalhos nomeados. O júri decidiu distinguir o trabalho “Famílias de Castelo Branco convidam imigrantes“.

Por último, na categoria de Ciberjornalismo Académico foi distinguida a reportagem “Águas paradas movem o Tâmega?” publicada no jornal CoMum, da Universidade do Minho. O JPN tinha o trabalho “Caxinas: Um (quase) ensaio“, nomeado nesta categoria.

As escolhas do público, que pôde votar online nas diversas categorias, coincidiram em quase todos os casos com as escolhas do júri, com exceção da categoria de Infografia Digital, na qual o público premiou o “Jornal de Notícias” pelo trabalho “Pedrógão: Um ano depois, os momentos que não vamos esquecer“. Também na Última Hora, a preferência do público foi distinta da do júri, elegendo o acompanhamento ao minuto das crianças e treinador que ficaram presas numa gruta na Tailândia.

Os Prémios de Ciberjornalismo são atribuídos, anualmente, pelo ObCiber-Observatório de Ciberjornalismo, que tem sede na Universidade do Porto. Foram entregues esta quinta-feira na Faculdade de Letras, em cujo Auditório 2 decorre o Congresso Internacional de Ciberjornalismo até ao final da tarde desta sexta-feira.

Artigo corrigido no dia 24 de novembro às 10h36. A reportagem “Terra de Todos, Terra de Alguns” foi realizada pela Divergente em Moçambique e não na Guiné Bissau como erradamente se referia no texto.