A proposta para restaurar a Ponte Luís I foi aprovada pela Direção Geral de Património Cultural (DGPC) após o chumbo, em setembro de 2018, de um primeiro projeto, apresentado pela Infraestruturas de Portugal (IP), que tutela o tabuleiro inferior da ponte.

De acordo com um comunicado da DGPC, citado pelo “Jornal de Notícias”, “o novo projeto deu entrada a 7 de dezembro de 2018 na Direção Regional de Cultura do Norte, tendo sido aprovado pela Direção Geral do Património Cultural a 30 de janeiro de 2019”.

O desgaste contínuo do tabuleiro inferior da ponte gera reclamações há algum tempo. De acordo com o jornal “Público”, o projeto agora aprovado prevê “a substituição integral da laje do tabuleiro, com os passeios incluídos, a introdução de um sistema de travamento longitudinal e o reforço dos banzos superiores das vigas, diagonais e montantes”. Também previstos estão “a manutenção dos aparelhos de apoios, substituição das juntas de dilatação, reparação das portas de acesso aos encontros e reabilitação dos serviços afetados”.

Na última sexta-feira, a Câmara de Gaia criticou, numa publicação do Facebook, a demora da decisão da DGPC. “A Direção Geral do Património Cultural anda há dois anos num vai-vem de pareceres para esta obra fundamental”, pode ler-se. A autarquia gaiense diz que o “limite do aceitável” foi há muito ultrapassado. “A imagem das cidades e do país fica muito mal, graças à incúria de uma Direção-Geral que tutela o país sem noção da realidade”. A situação é descrita como “lamentável”.

O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, refere que o processo de reabilitação da ponte “poderia e deveria ter sido mais ágil”. No entanto, o autarca socialista afirma que a responsabilidade pelos atrasos é apenas da DGPC. “Desde o início, havia dinheiro da IP para a obra, mas perdeu-se muito tempo a discutir a opção entre cravos e parafusos”, afirma. O presidente da autarquia de Gaia espera agora que “o concurso público não tenha percalços”.

O concurso para reabilitar a ponte deve ser lançado ainda durante o primeiro trimestre. A obra está orçada em dois milhões de euros e conta com o prazo de um ano para ficar concluída.

A Ponte Luís I está incluída na zona classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1996.

Artigo editado por Filipa Silva