A Associação Comercial do Porto (ACP) apela à rápida substituição do Conselho de Administração (CA) da Metro do Porto. Depois da saída de Jorge Delgado, que tomou posse como secretário de Estado das Infraestruturas esta segunda-feira (18), a ACP teme que uma demora na eleição do novo CA constitua um entrave ao arranque das obras nas linhas do metro, como vinca num comunicado enviado esta terça-feira às redações.

“Esperemos que a sua saída [de Jorge Delgado] não signifique que o Governo vai desinvestir no Porto e adiar eternamente o arranque das obras do Metro”, lê-se no comunicado.

A ACP exige do Governo “sinais claros de investimento” e um avanço “a curto prazo dos concursos públicos para a construção das novas linhas”. Em causa está a construção da nova Linha Rosa (Porto), que vai ligar a Casa da Música a São Bento, e a expansão da Linha Amarela (Gaia) até Vila D’Este, orçamentadas em mais de 300 milhões de euros, a que acrescem os 56 milhões em manutenção e a compra de 18 novas carruagens.

Estamos aqui a lançar um alerta. Estando tudo preparado para as obras avançarem, não há motivo para que isso não aconteça”, afirmou Nuno Botelho ao JPN. O presidente da ACP diz “estar habituado” a decisões governamentais demoradas. “Demora muito a chegar a Lisboa e Lisboa demora muito a tomar decisões”, observou.

A saída de Jorge Delgado, apesar de “perfeitamente compreensível”, é, para Nuno Botelho, um motivo de atraso no processo. “Se fosse renovado o mandato, rapidamente o assunto ficaria resolvido. Estando ele a sair, terá que se encontrar nova administração, novas soluções, novas pessoas para o cargo”, constatou.

Pode demorar e é tempo que a obra atrasa. Para isso, o quanto antes, deve ser nomeada uma nova administração para rapidamente as obras avançarem. É a necessidade dessa decisão célere para que estamos a alertar”, concluiu Nuno Botelho, presidente da ACP.

Jorge Delgado terminou o seu mandato como presidente do CA da Metro do Porto no final de dezembro do ano passado, mas, como é normal acontecer em situação análogas, manteve-se em funções até à eleição do novo conselho. Nomeado agora secretário de Estado das Infraestruturas, demitiu-se da empresa, que aguarda agora por novo CA, a ser definido em Assembleia Geral pelos acionistas da empresa, entre os quais o Governo, que é maioritário.

De acordo com as últimas previsões do Governo, as obras de expansão da rede de metro do Porto devem arrancar no primeiro semestre deste ano, sendo estimada a conclusão para 2023.

Artigo editado por Filipa Silva