Todos os anos, a revista “Forbes” reconhece os jovens mais promissores do mundo em vários setores da economia na lista “30 under 30”. Na Europa, a revista norte-americana apanhou desprevenido o antigo aluno da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Tiago Sá, diretor executivo da Wisecrop, escolhido na categoria de empreendedorismo social.

“Foi uma boa surpresa, que nos deixa orgulhosos, não só a mim individualmente, mas a toda a equipa”, comentou ao JPN. Para o empreendedor de 30 anos, esta seleção é “um sinal de reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser feito”.

A Wisecrop consegue determinar as condições ideiais para uma plantação. Foto: Wisecrop

A Wisecrop foi criada em 2013, logo depois de o jovem terminar o curso. O ponto de partida foi o contacto com uma tecnologia de transmissão de dados sem fios. Através desta tecnologia, a empresa construiu um serviço que Tiago Sá compara ao Windows da Microsoft.

Se, a partir do Windows, o utilizador tem acesso a um leque de aplicações específicas, como ferramentas de escrita ou desenho, a Wisecrop também se apresenta como um sistema operativo, através do qual o produtor tem acesso a diversos instrumentos, como gestão da rega ou de fertilizante.

A proposta da empresa é um tratamento personalizado, que serve tanto a “produtores de menos de um hectare” até aos que trabalham “vários milhares de hectares”. Cada caso é diferente e a Wisecrop até estabelece a ligação dos agricultores a diversos serviços, como laboratórios de análises.

Para Tiago Sá, o maior desafio ao lançar o projeto foi “lidar com a ignorância” própria que vem da falta de experiência profissional de quem acaba de terminar um curso. Segundo o jovem empreendedor, criar uma empresa é “muito mais do que fazer o produto” e é necessário muito esforço para fazer o negócio crescer.

O trabalho parece estar a recompensar e, atualmente, a empresa conta com milhares de utilizadores e assiste mais de 25 mil hectares de plantações. Sediada na UPTEC-Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e com uma equipa de oito funcionários, a Wisecrop chega a produtores europeus e do Brasil.

Para aqueles que se estão a aventurar pelos oceanos das startups, Tiago Sá diz que “se têm uma ideia de negócio há que avançar” e recomenda que se rodeiem das pessoas certas para ajudarem a ultrapassar as dificuldades no arranque do negócio.

Artigo editado por Filipa Silva