FC Porto e Benfica defrontaram-se este sábado. As águias foram ao Dragão vencer por 2-1 e subiram ao primeiro lugar da Liga.

O FC Porto foi o primeiro a marcar, mas foi o Benfica quem saiu com os três pontos do clássico que, este sábado, colocou frente a frente os dois primeiros classificados da Primeira Liga, num Dragão a rebentar pelas costuras.

João Félix e Rafa deram a volta ao texto que Adrián Lopez – titular no jogo – começou por escrever a favor dos dragões. O 1-2 final valeu às águias a subida ao primeiro posto do campeonato. A equipa de Sérgio Conceição, que liderava a tabela desde outubro, está agora a dois pontos da liderança.

O jogo abriu com as duas equipas aguerridas em busca do golo. O primeiro lance de perigo surgiu de um cruzamento largo de Alex Telles que encontrou Marega na direita. Este tentou servir Adrián Lopéz na entrada da pequena área, mas Vlachodimos antecipou-se e segurou a bola.

As equipas continuaram a dividir o jogo com bons lances, mas sempre sem causar grande prejuízo ao adversário.

O resultado acabou por ser desbloqueado na sequência de um livre de Adrián Lopéz. A bola embateu na barreira e voltou para os pés do avançado dos dragões que, à segunda, colocou a bola na baliza dos encarnados, não dando hipótese a Vlachodimos.

O Benfica ainda reclamou que o golo fosse anulado, por fora de jogo de Pepe, mas o árbitro Jorge Sousa validou o lance.

Águias em crescendo

Após o golo, o Benfica tornou-se mais agressivo na busca do empate e, aos 21 minutos, Pizzi ganhou a bola na grande área azul e branca e disparou com força para grande intervenção de Casillas.

O golo do empate acabou por chegar cinco minutos depois, numa altura em que eram os encarnados a impor o ritmo do jogo. Seferovic cruzou da esquerda para João Félix que, na cara do guarda-redes, não perdoou e repôs a igualdade no marcador.

O jogo tornou-se mais cauteloso após o empate, com as águias a tentarem baixar o ritmo de jogo, e foi mesmo o Benfica quem esteve mais perto de marcar. Seferovic recebeu um belo passe de rotura de Pizzi e, mais uma vez com Casillas pela frente, permitiu a defesa ao espanhol.

Reviravolta consumada

A segunda parte começou como a primeira tinha terminado: com o Benfica a ameaçar chegar à reviravolta. E chegou mesmo. Aos 51 minutos, Rafa tabelou com Pizzi e penetrou na grande área portista onde desferiu um potente remate que acabou no fundo das redes dos dragões.

O FC Porto foi, assim, obrigado a correr atrás do resultado e a partir para cima do adversário. Na resposta, Brahimi serpenteou na entrada da grande área e atirou por cima da baliza encarnada com muito perigo.

Ânimos aquecem

Com os azuis e brancos à procura do golo, o jogo tornou-se mais físico. Foram-se acumulando as faltas e os cartões aos jogadores do Benfica que se defendiam aguerridamente e com inteligência. Aos dragões faltava a capacidade de finalização e Sérgio Conceição fez entrar Soares e Otávio para os lugares de Adrián e de Corona.

O nervosismo aumentava no Dragão e, após falta de Gabriel sobre Otávio, os dois jogadores desentenderam-se, sendo ambos punidos com amarelo. No entanto, Gabriel foi duplamente sancionado, pela falta e pelo empurrão ao adversário, e acabou expulso da partida. O Benfica ficou reduzido a dez com sensivelmente 10 minutos para o fim do encontro.

Massacre sem golos

Nos minutos finais, e com mais um jogador em campo, o FC Porto continuou a carregar sobre o Benfica com vários lances de perigo, nos quais faltou sempre eficácia na finalização. Pepe cabeceou à trave após cruzamento da direita de Alex Telles e Felipe, aventurando-se na frente, rematou à entrada da área para uma boa defesa do guardião encarnado. 

Vlachodimos voltaria a estar em grande destaque aos 91 minutos quando fez uma intervenção milagrosa ao desvio de Marega na pequena área benfiquista, na sequência de um canto.

O resultado manteve-se inalterado até ao apito final. O Benfica saiu do Dragão com três pontos, a liderança isolada do campeonato e a nona vitória consecutiva.

“Alguma precipitação inexplicável nossa”

Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição atribuiu a derrota a “alguma precipitação inexplicável” e alguma falta de eficácia do FC Porto. O técnico assumiu que se torna mais difícil conquistar o campeonato, mas aponta o foco ao resto da temporada e aos pontos que faltam disputar.

“Fomos a melhor equipa”

Bruno Lage não considerou o resultado decisivo e lembrou que ainda faltam dez partidas para o fim do campeonato. O treinador do Benfica classificou a vitória como um resultado justo, tendo em conta todo o jogo até à expulsão. Atribuiu também a escalada que o Benfica teve na classificação à equipa e não a si próprio e deixou elogios à atitude da formação que comanda.

O FC Porto volta a jogar na quarta-feira com a AS Roma para a Liga dos Campeões. O SL Benfica joga quinta-feira com o Dínamo de Zagreb para a Liga Europa.

Artigo editado por Filipa Silva