O Boavista entrou com apetite voraz no jogo que o opôs ao Sporting, este sábado, no Bessa, e fez o primeiro golo logo aos três minutos por Neris, mas os verde e brancos acabaram por virar o jogo e sair do Porto com os três pontos. Valeram para o efeito o autogolo de Edu Machado (16’) e o penálti tardio de Bruno Fernandes (90’). 

Com este resultado o Sporting mantém-se na perseguição aos lugares do pódio, já o Boavista fica agora três pontos acima da linha de despromoção, sendo que tem ainda mais um jogo que o Tondela, o 16º classificado. 

Começo estonteante dos axadrezados

O jogo teve um início escaldante, uma vez que bastaram três minutos para que surgisse o primeiro golo. Após cobrança de um livre aparentemente inofensivo no lado direito do ataque axadrezado, a bola sobrevoou a grande área sportinguista e acabou por cair em Neris, que apareceu sem marcação frente a Renan e não desperdiçou a oportunidade de colocar o Boavista em vantagem.

Com o decorrer da partida, o Sporting começava a exercer mais controlo sobre o adversário, mas era o Boavista a equipa que causava mais perigo quando atacava. Os axadrezados estiveram mesmo perto de fazer o segundo golo depois de um roubo de bola de Sauer no meio-campo. O avançado galgou vários metros e colocou Perdigão em boa posição para fazer o remate. O disparo foi potente, mas Renan conseguiu defender para canto.

Leão mostra as garras

Raphinha era, neste momento do jogo, um elemento crucial no ataque leonino e foi mesmo numa investida do extremo pelo lado direito que apareceu o golo do empate.

Depois de driblar sobre um adversário, o brasileiro cruzou rasteiro para o interior da área onde aparecia Acuña. Edu Machado chegou primeiro ao lance, mas o cruzamento tenso de Raphinha atraiçoou o defesa, que acabou por colocar a bola na própria baliza, repondo a igualdade no Estádio do Bessa.

A partir do golo, o Sporting assumiu totalmente o domínio do jogo e conseguiu criar várias oportunidades de perigo, sendo de ressaltar um cabeceamento ao poste de Luiz Phellype após livre de Bruno Fernandes e um golo que acabou anulado a Raphinha, por fora de jogo.

A bola só voltou a passar perto de uma das balizas no final da primeira parte, na sequência de um livre batido por Acuña. Apesar de não ter encontrado nenhum dos jogadores que estavam em posição de finalização, o esférico passou a escassos centímetros do poste dos axadrezados.

Combate feroz no Xadrez do Bessa

A segunda parte continuou a mostrar duas formações com muita vontade de vencer, com lances de perigo para os dois lados. Primeiro Acuña centrou para o cabeceamento de Phellype que saiu à figura do guardião leonino. Na resposta, Falcone deixou-se antecipar por Mathieu num passe que o poria em excelentes condições de fazer o segundo para Boavista.

Aos poucos notava-se uma subida de rendimento dos leões que, a pouco e pouco, sufocavam o Boavista. Até Coates surgia em zona de finalização e fez a bola rasar o poste da equipa da casa após cruzamento de Bruno Fernandes pelo lado direito.

A mesma dupla voltaria a ficar bem perto do golo num lance espetacular em que o defesa uruguaio subiu até à linha sem perder a bola e passou para Raphinha, que cruzou para uma bicicleta acrobática do português. O lance acabou com uma não menos espantosa defesa de Bracali, que teve de se esticar para parar o remate.

Reviravolta com polémica

O Sporting nunca perdeu o controlo até ao fim do encontro, mas era notória a falta de critério ofensivo na altura de visar a baliza adversária. Foram feitas várias tentativas de longe, mas os remates dos leões não encontravam o destino. Um final sem vencedor era um cenário que vinha cada vez mais a ganhar forma.

Mas ao minuto 90, depois de um passe longo que procurava Raphinha na grande área, o brasileiro foi tocado por Edu Machado e caiu ao solo com queixas.

Após um pequeno compasso de espera, João Pinheiro, o árbitro do encontro, apontou para a marca de grande penalidade, decisão muito contestada pela equipa axadrezada. Bruno Fernandes demonstrou desde logo prontidão para cobrar o castigo máximo e, dos 11 metros, não desperdiçou. Disparou com força para a esquerda e Bracali saltou para a direita, estava feita a reviravolta no marcador mesmo em cima do apito final.

“Igual para igual”

No final do jogo, Lito Vidigal fez-se acompanhar de Vítor Murta e Álvaro Braga, presidente do Boavista e da SAD, respetivamente. Os dirigentes deixaram duríssimas críticas à arbitragem, referindo sobretudo o lance do penalti. Já Lito Vidigal procurou afastar-se do tema da arbitragem e focou-se na atitude da sua equipa que “jogou de igual para igual” contra um “adversário fortíssimo” como o Sporting.

“Gostei da exibição”

Marcel Keizer procurou fazer menção à garra da sua equipa, ao “melhor jogo de posse” dos leões que se viu ao longo do encontro, mas frisou que ainda há por onde melhorar e que o Sporting tem de continuar a superar-se nos próximos jogos.

O Boavista desloca-se a Guimarães no próximo sábado para defrontar o Vitória SC. O Sporting joga na sexta-feira frente ao CD Santa Clara em Alvalade.