O movimento “Diz Não ao Paredão” vai organizar um protesto no domingo, dia 7 de abril, pelas 15h, na Praia de Matosinhos para se opor ao prolongamento do quebra-mar exterior do Porto de Leixões. Humberto Silva, um dos organizadores, revela ao JPN que aquilo que se pretende é “uma solução mais sustentável que não prejudique Matosinhos”.

Ainda que considere “bom, a nível económico, para o desenvolvimento do Porto de Leixões”, o surfista garante que a empreitada “põe em causa o ambiente e, de uma forma geral, toda a cidade de Matosinhos”. O movimento mostra-se preocupado com “a redução das ondas” que vai afetar a prática de surf e o turismo, mas essa não é a principal preocupação. Os maiores receios são sim o “ambiente e o impacto socioeconómico”, dizem.

O movimento “Diz Não ao Paredão” foi criado para “sensibilizar e informar a população”, que, segundo Humberto Silva, “não estava desperta para estes problemas”. A par do protesto, circula nas redes sociais uma petição pública que conta com mais de seis mil assinaturas a pedir a suspensão da empreitada. Para já, ainda não existe uma data para levar a petição à Assembleia da República, mas Humberto Silva garante que “está para muito breve”.

Entretanto, numa reunião extraordinária que aconteceu na passada segunda-feira, o Executivo da Câmara Municipal de Matosinhos aprovou uma moção na qual defende que a obra de ampliação do Porto de Leixões não deve ser entregue enquanto a autarquia não conhecer o projeto global e uma avaliação do impacto ambiental da intervenção.

Mas a obra já começa a sair do papel. A 22 de fevereiro, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo abriu o concurso público para as obras de prolongamento do quebra-mar, aprofundamento do canal de acesso, do anteporto e da bacia de rotação do porto.

Artigo editado por César Castro