É produzida em Portugal e trata-se da primeira série de ficção sobre educação para a saúde.“2′ Minutos para mudar de vida” estreia na próxima segunda-feira, dia 8 de abril, em horário nobre na RTP e foi lançada pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), em parceria com a Fundação Belmiro de Azevedo. Os primeiros 20 episódios vão ser transmitidos de segunda a sexta-feira. 

Nuno Teixeira Marcos, autor do formato juntamente com Luís Carvalho e Paulo Gomes, explica ao JPN que “uma das decisões iniciais foi fazer episódios curtos, leves e dinâmicos” para chegar ao número máximo de pessoas “com informações práticas”. O objetivo é atingir um vasto e diversificado público-alvo, uma vez que a prevenção é o propósito da série, promovendo mudanças de comportamento na sociedade.

A série não tem continuidade narrativa e serão abordados fatores de prevenção primária e secundária. “As histórias são diferentes: em cenários e épocas”, explica o coordenador da Unidade de Prevenção de Cancro do i3S. No entanto, os episódios têm em comum “uma personagem, que fala diretamente com o espetador”, interpretado pelo ator António Capelo.

Além da componente televisiva, a campanha vai ter uma forte componente online, dispondo de um sítio na internet e uma forte presença no Facebook, Instagram e Youtube. Já a aplicação móvel vai conter episódios e informações que aprofundam o tema dos capítulos exibidos.

No final dos vinte episódios serão organizadas sessões regulares de educação para a saúde com especialistas, durante um ano, em várias cidades do país. “Servirá para estar próximo do público no esclarecimento de dúvidas, com a presença de especialistas”, afirma o investigador.

Nuno Marcos explica que a ideia surgiu através da “tradição” do IPATIMUP em “levar a ciência para a sociedade”. No ano em que comemora o trigésimo aniversário, a divulgação científica surgiu da vontade de fazer “um projeto de grande escala a nível nacional”, afirma.

Apesar da dificuldade em estabelecer parcerias, em obter financiamento e de cientistas e investigadores trabalharem com técnicos audiovisuais, o autor do formato nota que este projeto tem sido “muito estimulante”, considerando-o”um enorme desafio” e uma “grande experiência laboratorial”.

A fase de pré-produção e produção contou com 28 dias de rodagem em 53 locais diferentes, com oito realizadores e 29 atores que criaram 94 personagens, secundados por 87 figurantes. Já a pós-produção durou quatro meses. “Caso haja a possibilidade por parte da RTP e dos nossos parceiros, temos já preparadas, pelo menos, três temporadas“, finaliza Nuno Marcos.

Artigo editado por César Castro