Os estudantes do ensino profissional que pretendam ter acesso ao Ensino Superior vão ter ao seu dispor vagas adicionais, avança a edição desta sexta-feira do “Jornal de Notícias”. No entanto, tal só acontecerá nas universidades e politécnicos que aderirem. O projeto do Governo arranca no próximo ano letivo, em fase experimental, e dispõe entre 5% a 10% do total de vagas das instituições, criando “um contingente especial extra”.

Ao JN, o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), João Guerreiro, adianta que “as vagas estão definidas” e que “os critérios” de seleção dos alunos do profissional para o Ensino Superior vão ser “as classificações no seu percurso”. Todavia, ainda não está definido se estes alunos têm de fazer alguma prova de acesso.

João Guerreiro adianta que o número de alunos com cursos profissionais do ensino secundário tem crescido, “sendo entre 30% e 40% do total” de diplomados. Contudo, apenas 2% a 3% prosseguem estudos, o que se pode explicar, segundo o presidente da CNAES, pela não existência de um “mecanismo de transição para o Superior“.

Ainda de acordo com o JN, o objetivo do projeto é que “daqui a três, cinco anos, o número de diplomados do profissional iguale os do Científico-Humanístico”. É, por isso, urgente “desbloquear o acesso a estes diplomados”, remata João Guerreiro.

Redução de vagas para o Ensino Superior em análise

O corte de 5% nas vagas para universidades e politécnicos de Lisboa e do Porto, realizado pela primeira vez no ano passado, vai ser para manter. No entanto, a redução de vagas ainda se encontra em análise para se decidir em que moldes acontecerá. “Pretende-se que o reajustamento seja feito com critérios mais finos, em função dos cursos e da localização”, refere o presidente da CNAES ao JN.

Para já, ainda não existe “uma solução muito precisa para propor ao Ministério do Ensino Superior”. No ano passado, houve um corte de 1100 vagas em nove instituições do Porto e de Lisboa.

Artigo editado por César Castro