A Câmara Municipal do Porto (CMP) vai disponibilizar 400 mil euros para apoiar associações, coletividades e clubes não profissionais e sem fins lucrativos na cidade, através do PopUp – Fundo Municipal de Apoio ao Associativismo Popular.

Todas as candidaturas de instituições que tenham sede no Porto há pelo menos dois anos e que desenvolvam atividades na área social, cultural, desportiva ou criativa devem ser apresentadas no Gabinete do Munícipe entre o dia 15 de abril e 31 de maio.

Anualmente, cada uma das associações pode apresentar uma única candidatura no âmbito do programa. Já o valor destinado a cada entidade não pode ultrapassar os 20 mil euros. No entanto, este pode atingir o dobro no caso dos projetos de construção ou de remodelação de infraestruturas.

Em conferência de imprensa na tarde da última sexta-feira no Museu do Vinho do Porto para apresentar o PopUP, Rui Moreira referiu que o fundo surgiu “por proposta da vereadora [da CDU] Ilda Figueiredo no âmbito da discussão do orçamento para 2019”. O autarca aproveitou também para reforçar “a política de proximidade” da gestão vigente, com o intuito de tornar a cidade “mais confortável, mais interessante, solidária e ativa”.

Além de apoiar a construção, remodelação de infraestruturas e aquisição de equipamentos diversos, o PopUp também pretende desenvolver o aspeto imaterial relacionado ao associativismo, como “a implementação de projetos, programas culturais e aqueles que contribuam exclusivamente para a coesão social, privilegiando os que são especialmente dirigidos a crianças, jovens e à população sénior”, explicou Rui Moreira.

O júri, presidido pelo historiador Hélder Pacheco, tem até ao dia 28 de junho para analisar e submeter à CMP as candidaturas elegíveis a receber o apoio. Após esta fase, o Executivo Municipal terá o mês de julho para avaliar as propostas de apoio dos jurados e, até ao dia 31 do mesmo mês, para fazer a deliberação final.

Hélder Pacheco, presente na cerimónia de apresentação do PopUp, declarou que “no início do século XX havia mais de 1 000 instituições populares”, de forma que o “associativismo que resistiu até agora (e que vive com algumas evidentes dificuldades) tem a oportunidade de, através deste fundo, procurar colmatar algumas destas dificuldades”.

O historiador argumentou que a crise do associativismo dos dias atuais deve-se em parte aos “100 mil habitantes que a cidade perdeu” e à “desindustrialização, para além da influência da televisão, media e internet”, sendo necessário “reinventar a forma de associativismo por um lado e dar respostas a outros problema que emergem desta nova sociedade”.

Artigo editado por César Castro