No dia em que terminariam as obras na biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP) – encerrada temporariamente entre 21 de março e 3 de maio – os estudantes foram informados pela direção da Faculdade que o prazo seria alargado até 14 de junho. Ao JPN, a Reitoria da Universidade do Porto explica que as “condições meteorológicas” que se registaram no período previsto da obra obrigaram a um novo cronograma estendido em seis semanas.

“Os trabalhos na cobertura implicam o total destelhamento da biblioteca, pelo que só poderiam ser realizados com a previsão de uma semana completa de tempo seco. Infelizmente, essa semana só viria a ocorrer entre 29 de abril e 3 de maio.”

Os estudantes garantem que estão a sair prejudicados com as obras e que não foram apresentadas alternativas para a nova extensão do prazo. “Isto deveria ter sido planeado para que as obras fossem feitas em período não letivo. Queremos apontar as responsabilidades à Reitoria que assinou o contrato da empreitada. É uma vergonha fazer isto em plena época de exames. Estamos a hipotecar o nosso futuro”, lamenta João Pilão, vice-presidente da Associação de Estudantes da FDUP (AEFDUP), ao JPN.

Em comunicado, a AEFDUP explica que “não recebeu qualquer tipo de resposta por parte da Reitoria” à carta aberta dirigida ao Reitor, há cerca de um mês, onde demonstravam o descontentamento perante a “execução da empreitada”. Os estudantes reivindicavam ainda uma audiência a fim de apurar “responsabilidades das decisões tomadas”, o que não chegou a acontecer.

Ao JPN, a Reitoria da Universidade do Porto recusa a falta de abertura para esse encontro entre Reitor e a AEFDUP. “Foi apenas o período pascal e a sucessão de feriados que ocorreram no mês de abril que atrasaram esse processo de agendamento”, explica.

A Reitoria adianta ainda que “não havia qualquer hipótese” de realizar obras de reabilitação de todo o edifício, não apenas da biblioteca, fora do período letivo, “que se limita a uns três meses por ano”.

“Foi desenvolvido um plano específico para este espaço que incluísse a realização de trabalhos numa altura do ano com condições meteorológicas habitualmente favoráveis, tentando minimizar o impacto da obra. Infelizmente, os dias consecutivos de chuva a que registamos no último mês, contrariaram os planos previamente elaborados”, garante.

A instituição esclarece que “foram elaborados planos de contingência que minimizassem estes impactos, nos quais se incluíram a criação e equipamento de salas de estudos provisórias no edifício Parcauto para utilização específica dos estudantes da FDUP.” No entanto, e segundo a Reitoria, a direção da Faculdade admite poder alargar o número de salas caso estas se revelem insuficientes.

O JPN tentou também contactar a direção da FDUP, mas, até ao momento, sem sucesso.