Já se sabe que no mundo de Quim Barreiros cabe tudo lá dentro. O seu reportório é há mais de 30 anos estrela da Queima das Fitas e o que lhe dá gozo é, claramente, o palco. Esta terça-feira, a popularidade de Quim foi gritante, confirmada uma vez mais a inegável admiração assumida pelos estudantes mesmo antes de este se fazer ouvir. “O Quim é nosso, o Quim é nosso”, entoavam ainda antes de chegar ao palco.

Mas comecemos, então, pelo príncipio. “Malta, primeira pergunta: Qual é o melhor dia para casar?”. Sem sofrer nenhum desgosto, o sete de maio pareceu ser a resposta. Em comunhão com a chuva, bastou entrar o bem amado que cantar foi a palavra de ordem. Seguiu-se depois “O Grilinho”“Comer, Comer”. Tudo já estava bem lançado, mas bastou passar os ouvidos por “Insónia” para perceber o quanto Quim transforma-se facilmente num intérprete do presente: “Tem noite que dá uma, tem noite que dá duas, tem noite que dá três, horas da madrugada”.

“Malta, onde está a Teresa?” Estava dada a introdução para a música “O Sorveteiro”, mais vulgaramente conhecida por “Chupa Teresa”. Há aqui um claro fascínio por Quim e por estas canções brilhantes. O jorro criativo pode não ser muito, mas é assim que a massa estuantil sente-se confortável a cantar.

A mestria com que orquestra os mais céticos para a poularidade das suas músicas é dada com um impulso para a libertação. “E salta malta olé”, pediu. Em dia de Cortejo Académico, e como já é habitual, Quim quis desejar muita sorte a todos, em particular aos finalistas. Estava dado o mote para “O Pito Mau” e “Mestre da Culinária”. 

A retrospetiva de clássicos apresentada mantém uma atualidade invejável tal é a familiaridade do público com os temas. “Todos para o comboio dos finalistas. Evitar rapaz atrás de rapaz. Olha o comboio a chegar ao Porto”, gracejou.

“Vamos brindar, vamos beber. Quem faz 69 nunca mais vai esquecer!” Quim Barreiros, que já conta 71 anos, parece verbalizar tudo aquilo que os estudantes querem ouvir. E, mais à frente, lança um repto: “Vamos abrir um carreirinho para as cabritinhas entrar”. Já se adivinhava o que seguia: “A Cabritinha”.

Num concerto onde coube “O Pau Caiu Na Panela”, “A Padaria” ou “A Garagem da Vizinha” nunca será demasiado exagerado o elogio a Quim Barreiros.

Esta quarta-feira sobem ao palco do Queimódromo os Wet Bed Gang e David Fonseca.