Vindos de todos os cantos da União Europeia, os estudantes Erasmus deparam-se com as tradições académicas da Queima das Fitas. Mas desengane-se se pensa que os alunos de mobilidade internacional não passam também pelo Queimódromo.

O JPN esteve à conversa com eles junto do principal ponto de convívio destes estudantes: a barraca “#ErasmusAddicted”, da Erasmus Student Network (ESN). Aqui, juntam-se aos restantes estudantes de mobilidade, mas também aos amigos portugueses – alguns, inclusive, a trabalhar no espaço.

Até chegarem ao nosso país, nunca tinham ouvido falar do evento. É, sobretudo, através de colegas de curso portugueses que ficam a saber que, em Portugal, existe uma semana exclusivamente dedicada à comunidade estudantil. Movidos pela curiosidade, decidem vir.

É o caso do austríaco Nick, de 26 anos. Estuda Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e recebeu dos amigos portugueses bilhetes e um “convite” para vir aproveitar a experiência. Na Áustria, não existe semana nem evento igual. “Apenas festas de estudantes exclusivas às próprias faculdades”, conta.

Queima, Erasmus

Victor e Annya na barraca “#ErasmusAddicted”. Foto: Rodrigo Salazar Oliveira

Também a polaca Annya, de 21 anos, veio ao Queimódromo. Fez-se acompanhar pelos seus congéneres Erasmus, mas foi através dos estudantes portugueses, claro está, que tomou conhecimento da Queima. A estudante de Ciência de Computadores, na FCUP, afirma que, na Polónia “não há nada semelhante. Há grandes palcos, atuações e festas. Tudo organizado para os estudantes, mas nada com a participação dos mesmos”, explica.

Ömer é o recordista do grupo porque veio todos os dias à Queima. Estuda Economia na Faculdade de Economia do Porto (FEP) e revela, entre risos, que, num dos dias, chegou a adormecer a ver o nascer do sol na Praia de Matosinhos. Na parte ocidental da Turquia, diz, há semanas idênticas dedicadas aos estudantes.

Para uma minoria, nem sempre a realidade corresponde às expectativas geradas. “A festa é boa, mas pensei que ia ser melhor”, afirma Victor Vandermeulen, de 21 anos, que optou por não revelar o curso.

Artigo editado por César Castro