Na semana da Queima das Fitas a chuva chegou em força na terça-feira e repetiu a mesma dose na quinta-feira. Mas terá o mau tempo afetado o negócio de quem montou uma barraquinha em pleno Queimódromo? O JPN foi saber.

“As pessoas aparecem menos ou vendem os bilhetes” em dias de chuva, explica Francisca Azevedo, de 21 anos, da barraquinha da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Mesmo que se abeirem do espaço para se cobrirem, os estudantes “resguardam-se de consumir”.

Ana Alves, de 23 anos, da barraca da Associação de Estudantes da Escola Superior de Artes e Design, também sentiu que “estava muito menos gente” no dia do Cortejo Académico. A estratégia passou por “servir o máximo possível e tentar com que saíssem para dar lugar a novos”.

Chuva

Não são só os consumidores que precisam de abrigo, o equipamento também necessita de atenção. “Cobrimos as colunas, para conseguirmos passar música na mesma”, explica Ana.

No entanto, nem todas as barracas sentiram as mesmas dificuldades. João Freitas, 20 anos, da barraca da Comissão Organizadora de Noitadas Académicas, do curso de Medicina, sentiu que as pessoas “aderiram na mesma”. O Cortejo que aconteceu no mesmo dia, diz, foi impulsionador para atrair público para o Queimódromo.

Chuva

Já Nélson Pereira, 23 anos, da barraca “Mambo Rijo”, sentiu que o negócio não foi afetado graças à localização do seu ponto de venda. “As pessoas ficaram nesta zona em vez de dispersar”, esclarece.

No Queimódromo não se consome só bebida. Muitos escolhem a área de restauração para se alimentarem. Paulo Santos é trabalhador do “Madureira’s” e adianta que a chuva retrai sempre algum público.

Chuva

Guarda-chuvas, o objeto proibido mais apetecido

Como já é habitual, os guarda-chuvas constam da lista de objetos proibidos no Queimódromo. A PSP indica motivos de “segurança e ordem pública”, mas será que os vendedores das barracas estão de acordo?

Ana Alves classifica a medida como “péssima”. O argumento reside na permissão das bengalas, uma peça essencial de um kit de finalista. “As bengalas são mais perigosas que os guarda-chuvas e não têm nenhuma função prática”, critica.

Paulo Santos tem uma visão diferente. Definindo a medida como “acertada”, o comerciante aponta que o guarda-chuva “pode ser usado como arma”. Além disso, alternativas como impermeáveis e capas são “soluções que as pessoas encontram sem problemas”, exemplifica.

Já Nélson Pereira prefere não apontar o dedo à Federação Académica do Porto (FAP), mas admite alguns problemas com a medida. “Não estão a pensar nos finalistas e em todos os utentes que vêm à Queima”, explica.

Artigo editado por César Castro