Com o fim da Queima das Fitas na semana passada, não se esgotaram as possibilidades de diversão na Academia do Porto. A Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (AEFAUP) abriu, esta quarta-feira, durante todo o dia os jardins da instituição à quinta edição do FAUPfest.

Miguel Ferreira, do Departamento Recreativo e Instalações da AEFAUP, explicou ao JPN que a intenção do festival não é limitar-se aos estudantes daquela instituição. “Consideramos que é um recinto quase idílico para aproveitarmos as pequenas atmosferas que se criam [e] com as quais convivemos diariamente. Queremos passar isso a quem vem de fora”, admitiu o estudante.

Do “Toca” ao “Carlos Ramos”

Dos três palcos, o “Toca”, situado em frente à esplanada do bar, criou o ambiente mais “salgado”. De todos, era o que tinha uma atmosfera com menos natureza e vocacionado para sonoridades mais eletrónicas.

O outdoor amarelo por cima assemelhava-se a um sol que iluminava as escadas em frente que, por sua vez, davam acesso ao palco “Árvore” sem antes passar pelos “mercadinhos” de cultura em forma de livros. Não era estranho, portanto, ouvir-se as paredes discutirem as abordagens ficcionais de Tolstoi.

palco “Árvore” esteve verdejante durante toda a tarde. A sensação de tranquilidade acompanhada de performances mais instrumentais transportava para ambientes mais badalados.

Palankalama no palco “Carlos Ramos”.

Já o mais escondido palco “Carlos Ramos” era o que se assemelhava a um “palco principal”. A meio do festival, depois de se entrar no “Carlos Ramos” ouvia-se de tudo: desde o instrumental folk/tradicional, dos Palankalama, até ao rock mais pesado, dos consagrados Sunflowers.

FAUPfest e a comunidade 

Pouco antes de atuarem no palco Árvore, os Samba Sem Fronteiras falaram ao JPN do papel que o FAUPfest tem na abertura à comunidade académica da cidade. “Iniciativas como o FAUPfest fazem muita falta. A comunidade académica portuguesa, às vezes, fica muito fechada em si mesma e ligada a reportórios muito tradicionais”, afirmaram. Sérgio Gurí, um porta-voz da banda, atirou mesmo que “mais vale um FAUPfest do que vinte Queimas das Fitas”.

Samba Sem Fronteiras reconhecem que iniciativas como o FAUPfest fazem falta. Foto: José Machado

A quinta edição do FAUPfest trouxe uma nova dimensão a um festival que ainda tem por onde crescer e que promete continuar a fazer parte do mapa cultural da cidade do Porto.

Artigo editado por César Castro