É em conjunto com outras instituições da cidade, “que desenvolvem trabalho na área do VIH/SIDA”, que a Câmara do Porto encontra-se a liderar a estratégia “Porto, Cidade sem Sida” até 2020. O protocolo de criação do consórcio foi assinado numa cerimónia que decorreu esta segunda-feira, nos Paços do Concelho.

Rui Moreira recordou que o Porto é uma das cidades subscritoras da Declaração de Paris, que pretende reduzir o estigma e atingir a discriminação zero no que concerne aos infetados “através do cumprimento das metas 90-90-90 por volta de 2020, isto é, 90% das pessoas que vivem com a infeção saibam que estão infetadas, 90% das pessoas que sabem que estão infetadas estejam em tratamento e 90% das pessoas que estão em tratamento tenham a infeção controlada”, lê-se na página oficial da autarquia.

Segundo o portal de notícias, que também cita Henrique de Barros, coordenador científico e técnico do “Plano de Ação da Estratégia Porto, Cidade sem Sida”, “o número de novos casos de infeção por VIH nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa representa cerca de 2/3 do número total nacional, sendo que o Porto apresenta valores de diagnóstico acima da média nacional”.

Até dezembro, estão previstas várias ações na cidade, entre elas a obtenção de “dados locais para a caracterização epidemiológica da infeção”, o aumento da “frequência e o acesso ao teste VIH” ou a avaliação e o melhoramento da “qualidade de vida das pessoas em maior risco de infeção ou que vivem com infeção VIH”.

Henrique Barros observou ainda que, apesar do sucesso alcançado na luta contra o VIH, Portugal e o Porto continuam a ser das comunidades com maior risco. “A infeção está a aumentar de forma muito marcada nos homens que fazem sexo com outros homens, em idades relativamente jovens”, afirmou.

Ainda de acordo com o Porto.pt, o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), Carlos Nunes, enfatizou a necessidade de combater o estigma, apontando a estratégia de combate local à sida como “um passo em frente na relação da administração central e regional” com as autarquias.