1) Socialistas vencem em Portugal

O Partido Socialista foi o partido mais votado, este domingo, nas Eleições Europeias, em Portugal.

Recolheu 33% dos votos e nove mandatos, mais um do que em 2014.

Os novos eurodeputados do PS são Pedro Marques, Maria Manuel Leitão Marques, Pedro Silva Pereira, Margarida Marques, André Bredford, Sara Cerdas, Carlos Zorrinho, Isabel Santos e Manuel Pizarro.

Este último é vereador na Câmara Municipal do Porto e já anunciou que vai continuar no cargo. Rui Moreira, presidente da autarquia, e adversário nas últimas legislativas, recebeu o candidato durante a campanha e admitiu até mudar a data das reuniões públicas da cidade para a segunda-feira (habitualmente são realizadas à terça-feira), de modo a facilitar a presença do também presidente da Federação Distrital do PS.

2) Bloco e PAN festejam

O Bloco de Esquerda mais do que duplicou a sua votação face a 2014. Com mais de 325 mil votos nas urnas, o BE logrou eleger dois eurodeputados: Marisa Matias e José Gusmão.

O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) foi outro dos vencedores da noite eleitoral. Se o BE duplicou o resultado de há cinco anos, o PAN recolheu três vezes mais votos. Foi a quinta força mais votada (5,08%) e coloca Francisco Guerreiro em Bruxelas.

3) PSD perde um mandato

O Partido Social Democrata, que há cinco anos concorreu em coligação com o CDS-PP, perdeu votos e um mandato.

Eleitos foram Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia Monteiro de Aguiar.

O CDS-PP, que também foi a jogo sozinho, manteve Nuno Melo no Parlamento Europeu, mas ficou atrás de Bloco de Esquerda e da CDU. Foi o quinto mais votado.

4) CDU com menos 200 mil votos

Ainda se aguarda a confirmação oficial, mas a CDU deve ficar com dois eurodeputados em Bruxelas, menos um do que no mandato atual.

Além de João Ferreira, o cabeça de lista, Sandra Pereira também consegue a eleição. Mas os comunistas não têm grandes motivos de festejo. Bem pelo contrário: depois de um ótimo resultado em 2014, quando foram o terceiro partido mais votado e recolheram mais de 416 mil votos, a coligação que une PCP e PEV baixou para os 228 mil votos, foi a quarta força mais votada e perde, pelo menos, um eurodeputado.

5) Abstenção

As Eleições Europeias continuam a registar níveis de participação muito baixos em Portugal. Desta vez, foram às urnas 31% dos votantes, o que significa uma taxa de abstenção de 69%.

Ainda assim, foram votar mais portugueses este domingo. Foram 3.312.698 (tinham sido 3.282.914 em 2014).

A contradição resulta do facto do número de inscritos ter aumentado este ano, com o recenseamento automático.

Ao nível europeu a participação portuguesa foi a sexta mais fraca entre os 28.

6) Aumenta equilíbrio de forças no Parlamento Europeu

Ao nível europeu, as eleições determinaram uma perda do peso dos principais partidos no hemiciclo. O Partido Popular Europeu continua a ser o mais representado (com 180 deputados), seguido dos Socialistas e Democratas (com 146), mas os dois juntos, pela primeira vez, não têm a maioria dos 751 lugares do PE.

Liberais, nacionalistas e verdes viram reforçadas as suas posições. Já esta segunda-feira começam as reuniões para negociar uma maioria.

7) Alemanha, França, Itália e Reino Unido

Na Alemanha, os protagonistas da noite eleitoral foram Os Verdes que passaram a ser o segundo partido mais votado com 20,5% dos votos. A CDU-CSU de Angela Merkel registou um nível de votação historicamente baixo, apesar de ter sido a força mais votada.

Em França, foi a União Nacional de Marine Le Pen a cantar vitória, recolhendo mais votos que a coligação liderada pelo partido do presidente Emanuel Macron, República em Marcha. A diferença foi curta, mas favorável à extrema-direita francesa, que já tinha ganho esta eleição em 2014.

A reforçar o Grupo Europa das Nações e da Liberdade, o mais à direita do hemiciclo europeu, vão estar também os 28 eurodeputados da Lega, liderada pelo atual vice-primeiro-ministro de Itália, Matteo Salvini.

Como em França, foram os nacionalistas e eurocéticos a ganharem em Itália, mas aqui com muito maior expressão. O partido de Salvini recolheu 34% dos votos (6% em 2014), contra os 23% do segundo partido mais votado, o Partido Democrático. O Movimento 5 Estrelas, do outro vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, não foi além do terceiro lugar, com 17% dos votos.

No Reino Unido, e também sem surpresa, vence o partido do Brexit liderado por Nigel Farage. Como na Itália, os resultados divulgados pelo PE são ainda provisórios, mas indicam uma enorme diferença entre os adeptos da saída (com 32%) face ao segundo mais votado: os liberais democratas que tiveram 19% da votação.

O Partido Conservador, do qual Theresa May se demitiu na última semana, e o Partido Trabalhista obtiveram os piores resultados da sua história, com 9% e 14%, respetivamente.