Propostas “frescas, diferentes e inovadoras” é o que promete Julieta Guimarães, diretora artística do festival Trengo, cuja quarta edição arranca esta quarta-feira, no Porto. Até domingo, há “pequenos grandes espetáculos” de circo contemporâneo distribuídos pelos Jardins do Palácio de Cristal, Teatro do Campo Alegre, Praça Dom João I e Jardim da Corujeira.

O certame, que este ano decidiu concentrar a oferta em cinco dias em vez de em datas espaçadas, e que viu reforçado o seu financiamento, inclui 18 apresentações de 12 espetáculos, oito deles estrangeiros em estreia nacional.

Destaca-se a abertura oficial, esta quarta-feira, às 21h00, no Teatro do Campo Alegre, com “Le Vide – Essai de Cirque”, dos franceses Fragan Gehlker, Alexis Auffray e Maroussia Diaz Verbèke, que são “de referência a nível mundial”.

“Le Vide – Essai de Cirque” é um espetáculo de “uma dramaturgia densa” à volta do Mito de Sísifo, não sendo “meramente virtuosista, embora tenha uma técnica de aéreos de corda muito forte“, explica Julieta Guimarães. O único espetáculo pago de todo o festival será, posteriormente, repetido na sexta-feira, dia 5, e no domingo, dia 7. “É uma oportunidade única aqui, no Porto“, atenta a diretora artística em declarações ao JPN.

A performance "Copyleft"também integra as propostas da programação.

A performance “Copyleft” de Nicanor de Elia também integra as propostas da programação. Foto: Erva Daninha

Para além das apresentações de artistas circenses, esta edição do Trengo, organizado pela companhia Erva Daninha em parceria com a Câmara Municipal do Porto, acolhe, também, um projeto com o Centro Educativo de Santo António: “temos estado a trabalhar com os jovens do centro desde abril até agora e vamos fazer uma apresentação desse processo de trabalho no sábado, às 11h00”, convida Julieta Guimarães. Será um momento “muito importante” para os jovens, porque é muito bom que “ver todo o seu esforço e dedicação recompensados com o aplauso final“, acrescenta. A apresentação decorre no centro, na zona da Lapa, e carece de inscrição prévia.

Grande parte do festival é feito na rua. No passado, “aquilo causava muita estranheza”, recorda, “agora é normal”. “O público da cidade do Porto é muito vivo e muito presente”, e a companhia tem o cuidado de lhe proporcionar conforto: “colocam-se cadeiras e mantas, e a acessibilidade está sempre garantida para pessoas com dificuldades de mobilidade”, explica a diretora artística.

"Gravitas" vai colocar o público a pensar em gravidade. A coreografia é de Ofir Yudilevitch.

“Gravitas” vai colocar o público a pensar em gravidade. A coreografia é de Ofir Yudilevitch. Foto: Erva Daninha

O Trengo é um festival que nasce da “ideia de festa e de celebração do circo“, porque esta arte “tem uma valência muito positiva de ser abrangente e de dar tanto para uma criança pequenina como para um adulto experiente”, finaliza Julieta Guimarães.

Artigo editado por Filipa Silva