Arrancou, esta sexta-feira, em Vila Nova de Gaia, o MEO Marés Vivas, com um recinto bem composto de público, no primeiro de três dias de festival. Keane e Kodaline protagonizaram os concertos mais animados da noite, num recinto reestruturado.

A organização optou por alterar a disposição dos palcos, de forma a tornar o recinto mais desafogado. O Palco Santa Casa, onde Beatriz Pessoa inaugurou a 13ª edição do festival, está muito próximo do que era no ano passado.

Já o Bloco Moche foi um dos grandes beneficiários das alterações introduzidas. O terceiro palco viu crescer a área da plateia. A mudança justificou-se, logo, no concerto de Kappa Jotta, com o rapper a mobilizar muitos amantes de hip-hop, criando o primeiro mar de gente desta edição do Marés Vivas.

Concerto de Kappa Jotta no Bloco Moche. Foto: João Malheiro

O Palco MEO, o principal, sofreu a mudança mais drástica. O espaço encontra-se agora mais perto da entrada e do lado direito do recinto. O terreno que serve a área já não é composto por terra batida e areia, uma das principais queixas de edições anteriores.

A inauguração do maior dos palcos do festival ficou a cargo de Mishlawi, já perto do final da tarde. O mais recente álbum, “Solitaire”, marcou a composição do alinhamento do espetáculo.

Quatro e Meia. Foto: Soraia Amaral Foto: Soraia Amaral

Os Quatro e Meia deram também o ar da sua graça no Palco MEO. Músicas como “A terra gira”, “P’ra frente é que é Lisboa” e “Pontos nos is” abrilhantaram a noite álgida desta sexta-feira. Entre a simplicidade das músicas e os instrumentos que as compunham, soavam os aplausos dos festivaleiros. A banda de Coimbra fez-se notar.

Avaliação globalmente positiva

As opiniões sobre as modificações do recinto foram variadas, mas genericamente positivas.

Palco principal Foto: João Malheiro

Pedro Mamede, 43 anos, considera que o espaço está “muito melhor, muito mais organizado“. Para o espectador, proveniente de Braga, há um melhor aproveitamento do local “devido à disposição do palco principal”.

Diana Silva e Rui Chaves Foto: João Malheiro

Rui Chaves, 47 anos, e Diana Silva, de 44, frequentadores assíduos do festival, também elogiaram as modificações implementadas, realçando a “grande variedade de oferta”. Na opinião de ambos, o recinto  “mudou para melhor”.

Por sua vez, Fátima Rodrigues, 49 anos, e Natália Fontes, 46 anos, destacaram o facto de o espaço, localizado na Antiga Seca do Bacalhau, estar “muito exposto ao vento“, considerando que alguns dos palcos não estão bem posicionados.

Alexandre Brandão e Márcio Vicente Foto: Soraia Amaral

Alexandre Brandão, de 28 anos, e Márcio Vicente, de 30, destacaram o “bom pessoal” que frequenta o festival. Como aspetos menos positivos, apontaram a distância existente entre o palco principal e as casas de banho.

Carla Granja, 17 anos, que esteve presente, pela primeira vez, no MEO Marés Vivas diz que o evento superou as suas expectativas. No entanto, também destacou o espaço reduzido em frente ao palco principal: “pensava que ia haver mais”, referiu

Keane e Kodaline em destaque

Dez anos depois da última atuação no evento, os Keane regressaram ao Marés Vivas. A banda inglesa voltou ao ativo, passados cinco anos de paragem, no verão de 2018. Os fãs aguardam um novo álbum e o concerto em Vila Nova de Gaia permitiu ouvir algumas novidades. No entanto, foram as favoritas “Bend and Break”, “Everybody’s Changing” e “Somewhere Only We Know” que receberam o maior carinho do público.

Keane Foto: Soraia Amaral

Após o cancelamento da atuação de Snow Patrol, por motivos de saúde de dois dos elementos da banda, Kodaline fez a substituição. Steve Garringan comprovou a transcendência inerente à palavra música, sendo que o vocábulo não se traduz em simples melodias, funciona como uma fusão do audível e o que jamais poderá ser tangível: o sentir. Desde “All I Want a Hight Hopes”, o ambiente vivido foi de aconchego.

Kodaline Foto: Soraia Amaral

Para terminar o primeiro dia do Marés Vivas 2019, o Bloco Moche recebeu Plutónio e, de seguida, DJ Oder. Este sábado, o segundo dia do festival encontra-se, totalmente, esgotado. A única atuação de Ornatos Violeta no Norte do país é o grande aperitivo.

Artigo editado por Filipa Silva