À sétima temporada, o “The Voice Portugal”, programa da RTP dedicado à procura de talento na área da interpretação musical, abriu a porta às bandas. Martim Gavina, Gonçalo Paiva, Zé Nuno, Gonçalo Cabral, Carlos Guedes e Francisco Azevedo não ficaram indiferentes e decidiram candidatar o Projeto 65, um dos que mais furor causou na nova edição do programa, estreada a 13 de outubro.

“Enquanto banda a começar o seu percurso no mundo artístico português, achámos que seria uma boa oportunidade participar no programa, para difundir o nosso trabalho”, começou por explicar Gonçalo Paiva ao JPN.

Foi com ele e com Martim Gavina que tudo começou em 2016. Os dois pegaram na guitarra e no microfone e começaram a pisar bares e cafés, onde tocavam covers acústicos. Mas quando começaram a aparecer outras oportunidades, juntaram-se novos elementos à banda: Gonçalo Cabral na bateria, Zé Nuno na guitarra, Francisco Azevedo no baixo e Carlos Guedes nas teclas.

Martim Gavina dá a voz à banda de Leça da Palmeira.

Martim Gavina dá a voz à banda de Leça da Palmeira. Nome: Mariana Marques

Hoje, o grupo de seis músicos entre os 19 e 22 anos está a gravar o primeiro álbum com temas originais. Para além de marcarem presença em festas locais – a banda é de Matosinhos -, saltaram agora para o palco mediático nacional graças à participação no “The Voice Portugal”.

Após a fase de castings, o Projeto 65 chegou ao grande desafio: as Provas Cegas. Com a interpretação do tema “Cold Little Heart”, de Michael Kiwanuka, os seis músicos conseguiram cativar não só a audiência, como todos os mentores do “The Voice”. “Um sucesso”, nas palavras do vocalista Martim Gavina.

Com o seu valor reconhecido pelos quatro mentores – Marisa Liz, António Zambujo, Áurea e Diogo Piçarra -, já só faltava tomar uma decisão: qual a equipa a que iriam pertencer. Apesar das dúvidas, Marisa Liz, a vocalista da banda Amor Electro, foi a escolhida para acompanhar todo o processo da banda, ao longo do programa.

“Foi, e não foi, difícil escolher”, comenta Gonçalo Paiva. “Já tínhamos a nossa decisão, mas depois das declarações dos mentores, ficamos um pouco confusos. Mas tenho a certeza que fizemos a escolha correta”, afirma o guitarrista.

O “shortcut” para o sucesso

O programa “The Voice”, contou com uma audiência de quase um milhão de espectadores na primeira emissão desta edição, a 13 de outubro, o que, segundo Gonçalo Paiva, já oferece à banda “muitas oportunidades de crescimento”.

“O programa foi visto por 900 mil pessoas e nunca, em nenhuma outra plataforma, poderíamos ter estes números”, frisa o percussionista Gonçalo Cabral ao que Gonçalo Paiva acrescentou: “no espaço de 30 minutos, após a emissão do programa, triplicámos os seguidores e tivemos um boom de seguidores e de interações, o que não poderíamos ter feito outra maneira”.

“Permitiu-nos saltar uma etapa”, completa Martim Gavina. “Por muito que as pessoas já nos seguissem e gostassem de nós, teríamos dificuldade em chegar a outras pessoas de outras regiões e de outras faixas etárias. Para conseguirmos chegar a um panorama nacional como chegámos, sem ser pela televisão, é um processo que leva anos”, concluiu.

Um outro momento forte da atuação foi a homenagem prestada a Rui Rechena, baixista dos Amor Electro que morreu recentemente, vítima de doença prolongada. “Foi genuíno da nossa parte. A mensagem a passar era homenagear o Rui e prestar o nosso apoio à Marisa. Teve um impacto televisivo, mas não foi esse o objetivo”, reforçou Martim Gavina.

As ambições e objetivos são muitos e o próximo passo são as Batalhas. Tal como afirma o baixista Francisco Azevedo: “As Batalhas são para criar o melhor momento musical possível. Não estamos ali para eliminar ninguém e ninguém está ali para nos eliminar”.

Contudo, surgem ainda desafios nunca antes vistos, já que será a primeira vez em Portugal que se vão realizar Batalhas com bandas. “Temos dúvidas de como será a dinâmica com os seis em palco. Se for a banda contra um só vocalista, será o Martim que terá a parte mais importante e nós estaremos lá para o apoiar”, observa Carlos Guedes.

“Estamos expectantes porque sabemos que uma banda chegar a uma Batalha nunca aconteceu em Portugal. No “The Voice” de outros países já aconteceu e é um momento musical impressionante e esperamos que isso seja possível para nós”, concluiu Gonçalo Paiva.

Artigo editado por Filipa Silva