Depois de ter recebido Tó Trips, Mr. Gallini e Luca Argel no ano passado, o Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim, volta a abrir portas, esta sexta-feira, a concertos de proximidade com o público naquela que será a quarta edição do Três a Solo.

A grande novidade deste ano é o facto de o Café-Concerto entrar nos planos do evento. Assim, esta noite há já três concertos, em estilo de receção a quem vai assistir a dois dias repletos de música. A solo, como o evento determina, vai atuar Vaz Oliver, compositor, multi-instrumentista e mestre de loop ao vivo, de estilo rock alternativo. O artista espanhol vem apresentar o seu disco mais recente – homónimo -, lançado em outubro do ano passado.

Daniel Catarino é um cantautor alentejano que, atualmente, vive no Porto. À Póvoa vai levar “Sangue Quente Sangue Frio” – o seu novo álbum, de abril. Já João Praça é natural de Vila do Conde e vai à cidade vizinha apresentar “Equilíbrio de Humores” – um projeto de músicas e letras originais, onde o instrumentista recorre à guitarra elétrica e a alguns efeitos.

Lula Pena, O Gajo, Yosune

No sábado, chegam os três nomes principais do cartaz ao Grande Auditório, com Lula Pena à cabeça. A cantora inspirada em múltiplas referências, desde o fado, à morna, passando pela chançon française e pela bossa nova, vem ao norte do país. O seu último álbum é de 2017 – “Archivo Pittoresco”.

Lula Pena Foto: D.R.

Antes dela, atua O Gajo, músico de longa carreira, de rock alternativo, que vai criar e dar-nos a conhecer uma nova linguagem para a viola campaniça, um instrumento musical de cordas de Vila Verde de Ficalho, região do Alentejo.

E, ainda, Yosune, cantora e compositora virada para diferentes estilos, desde a música jazz ao groove latino e às músicas populares da Venezuela, o seu país natal.

Além de música, houve cinema na noite de ontem (quinta-feira). Pelo segundo ano consecutivo, o Três a Solo fez uma parceria com o Cineclube Octopus – uma organização sem fins lucrativos, iniciada há 36 anos, que programa  filmes todas as quintas-feiras, durante todo o ano, no Cine-Teatro. Ontem passou “Verão” (2018), de Kirill Serebrennikov.

Dar concertos como quem está em casa

A organização do Três a Solo é da associação MEMO. Pedro Sousa, da organização, admite a vontade de dar palco a músicos da redondeza, mas não só. Em conversa com o JPN, recorda a primeira edição organizada por um grupo de amigos, em 2016.

“Há sempre pessoas que estão curiosas por descobrir música desconhecida. Teriam de se deslocar ao Porto ou a Braga, mas encontraram uma solução na Póvoa”, conta.

Sobre o carácter mais intimista dos concertos diz que é bom para o público e para o artista e dá o exemplo de Tó Trips, há um ano, que levou uma série de guitarras e passou bastante tempo a explicar o que fazia com cada uma: “estava a dar um concerto como se estivesse em casa, com as pessoas todas lá”, disse. A organização não crê na espécie de espetáculos em que o músico chega ao palco, toca as suas músicas, diz “adeus, boa noite” e fica por ali.

Desde a estreia do Três a Solo, a associação organiza outros concertos, faz agenciamento de artistas e já desenvolveu edições discográficas com os músicos de Turquoise (atualmente conhecido como André Júlio Turquesa), Homem em Catarse e Pedro Viana.

Em ambos os dias, as portas abrem às 21h00 e o espetáculo tem início às 21h30.