Esta terça-feira, SC Braga e Sporting encontraram-se, no Estádio Municipal de Braga, num jogo a contar para a Final Four da Taça da Liga. Na reedição de uma das meias-finais do ano passado, os bracarenses levaram desta vez a melhor sobre o conjunto leonino que viu, assim, quebrado o ciclo de vitórias nesta competição (o Sporting foi o vencedor duas últimas edições).

Entrada bracarense de rompante

O primeiro golo do jogo chegou logo aos oito minutos. Battaglia complicou em local proibido, perdeu a bola e o SC Braga aproveitou o desposicionamento de alguns elementos do Sporting para colocar a bola em Paulinho. Este deixou em Ricardo Horta que rematou rasteiro e em arco para o fundo das redes da baliza de Maximiano.

O conjunto de Rúben Amorim entrou bem na partida, começando desde cedo a assumir as rédeas do jogo, com uma pressão alta no meio-campo ofensivo, que obrigava o Sporting a passes mais longos, dificultando a saída de bola dos leões.

A primeira parte decorreu com o SC Braga a continuar a ter controlo sobre o jogo. O Sporting só começou a ter mais bola quando os minhotos começaram a descer as linhas e a prescindir da pressão alta que lhes valeu o golo.

Leões a tentar nadar contra a maré

Com bola, mas sem ocasiões de perigo de maior importância, o conjunto de Silas ia aproveitando bolas paradas para colocar a bola na grande área bracarense. Foi, aliás, assim que o Sporting conseguiu chegar ao golo do empate, por intermédio de Mathieu que, no papel de ponta-de-lança respondeu da melhor forma ao grande passe de Bruno Fernandes.

Azar bate à porta de Silas

Ao minuto 60, Nuno Almeida interrompeu o jogo, numa bola parada para ir ao VAR rever a jogada por ser, eventualmente, merecedora de um cartão vermelho. Após uma breve revisão, voltou ao relvado e, sem hesitar, expulsou Yannick Bolasie que tinha entrado no início da segunda parte. O Sporting passava a jogar com dez.

Água quente em pedra dura tanto bate até que fura

No decorrer da segunda parte verificou-se uma modificação no modo de atacar do SC Braga que começou a insistir bastante nos cruzamentos. Este estilo de jogo acabava por favorecer o Sporting CP que, com menos um elemento em campo, se viu obrigado a lançar mais um central a jogo.

Tanto se insistiu nos cruzamentos que ao minuto 89 a bola acabaria mesmo por entrar. Ricardo Esgaio viu Raúl Silva ao segundo poste e este cabeceou para o poste contrário onde estava Paulinho, mal marcado. Bastou-lhe encostar para o segundo golo bracarense. Estava reposta a vantagem da equipa bracarense.

Anarquia nos momentos finais

O Sporting viu-se assim numa posição desfavorável e, a poucos minutos do apito final, os jogadores começaram a perder a cabeça. Exemplo disso, foi a entrada violenta do experiente central Mathieu sobre Ricardo Esgaio, que resultou na expulsão do francês.

Da enorme confusão gerada depois no relvado resultaram ainda as expulsões de dois jogadores que estavam no banco: o guarda-redes Eduardo, do lado do SC Braga, e o médio homónimo do Sporting. Galeno e Acuña viram, por sua vez, um amarelo.

Expulsão de Bolasie foi “exagerada”, diz Silas

Na conferência de imprensa, Jorge Silas começou por admitir que “houve um ligeiro ascendente do Braga na primeira parte”, num jogo “equilibrado”.

O técnico leonino comentou também a expulsão de Bolasie e sublinhou que esta “acabou por pesar muito”. “Foi, na minha opinião, exagerada. Tem que se ver as imagens de forma contínua e não frame a frame”, avaliou o técnico do Sporting.

Depois da expulsão, Silas tirou Luiz Phellype para lançar Neto e explicou porquê: “tentámos defender, metendo uma linha de cinco, mesmo assim conseguiram marcar, mas também aí já se notou o desgaste”, afirmou.

Por último, Jorge Silas realça que, na sua opinião, o Sporting estava a melhorar no jogo: “estávamos a melhorar no jogo e acredito que se tivéssemos acabado com onze tínhamos disputado a vitória”, concluiu.

“Fomos os melhores em campo”

Já Rúben Amorim foi perentório: “quem viu o jogo, viu um Braga superior. Não há dúvida nenhuma de que fomos superiores quer contra onze ou contra dez em campo.”

Confrontado com o facto de só ter vitórias desde que assumiu o cargo de treinador reconheceu que a derrota pode chegar a qualquer momento: “estou ciente que, mais cedo ou mais tarde, a minha primeira derrota vai chegar. Estou preparado para tudo, mas no que depender de mim e dos meus jogadores vamos tentar adiar ao máximo isso.”

Quanto à novidade no onze – Galeno em detrimento de Trincão – Rúben Amorim argumentou com algum cansaço do jovem jogador português: “O Trincão sentiu-se um pouco cansado no fim do jogo contra o FC Porto. O Galeno é muito forte no um para um e acabou por causar muitos problemas, embora tenha decidido mal, por vezes.”

Rúben Amorim e os seus pupilos vão, agora, aguardar pelo resultado da segunda meia-final que vai opor FC Porto e Vitória SC, esta quarta-feira, também em Braga, a partir das 19h45.

A final da Allianz Cup está marcada para o próximo sábado. Os dois jogos vão ser acompanhados no site do JPN.

Artigo editado por Filipa Silva