FC Porto e Vitória de Guimarães encontraram-se, esta quarta-feira, no Estádio Municipal de Braga para a segunda meia-final da Final Four da Allianz Cup. Os portistas venceram a partida por 1-2, depois de na primeira parte as equipas terem recolhido aos balneários sem golos no marcador.

Já na segunda metade, Tapsoba fez o golo dos vitorianos. Alex Telles e Soares marcaram para o FC Porto. A equipa de Sérgio Conceição ainda apanhou um calafrio nos descontos finais – o Vitória introduziu a bola na baliza à guarda de Diogo Costa – mas o VAR corrigiu o lance, determinando que se assinalasse falta sobre o guarda-redes do FC Porto.

Evitaram-se as grandes penalidades e encontrou-se o segundo finalista da prova: o FC Porto vai reencontrar o SC Braga no sábado, praticamente uma semana depois dos bracarenses terem ido ao Dragão derrotar o vice-campeão nacional em jogo para o campeonato e sete anos depois de ambos se terem cruzado na final da Taça da Liga.

Primeira parte aborrecida

O jogo começou de uma forma algo anárquica. Houve faltas, perdas de bola a meio-campo e, até mesmo, uma interrupção por arremesso de petardos para o relvado, vindos da bancada dos adeptos vimaranenses.

A primeira grande ocasião da partida pertenceu ao conjunto de Sérgio Conceição. Marega encontrou uma bola “perdida” na grande área e, sem hesitar, rematou. Douglas teve que se se esticar, mas não evitou canto.

Na cobrança de uma bola parada, já bem dentro do meio-campo ofensivo do Vitória, Mbemba encontrou-se em boa posição para desferir um cabeceamento que Douglas, mais uma vez, defendeu.

Antes de recolher aos balneários, foi o Vitória que levou perigo à baliza de Diogo Costa. Boa incursão de Edwards pela esquerda, a cruzar para o coração da grande-área, onde apareceu Davidson, sozinho, para rematar, em jeito, mas para fora.

Primeira parte sem grandes ocasiões de perigo, devido à grande disputa que houve no meio-campo pela posse de bola. O FC Porto conseguiu ter mais bola na primeira metade, mas o Vitória foi eficaz na maneira como anteviu os movimentos dos jogadores “azuis e brancos”.

Palestra de balneário refletiu-se nos golos

O primeiro golo do jogo foi da autoria de Edmond Tapsoba e chegou ao minuto 64. Jorge Sousa viu uma grande penalidade, por falta de Soares sobre Bonatini, e a estrela do Burkina Faso não desperdiçou da marca dos onze metros.

No lance seguinte, o FC Porto respondeu da melhor maneira possível. Alex Telles apanhou uma bola que sobrou fora da grande área e rematou rasteiro e cruzado, deixando Douglas sem hipóteses de defesa.

A reviravolta no marcador deu-se à entrada do último quarto de hora de jogo. Grande passe de Otávio para a desmarcação de Corona que, no um para um, tira o opositor da frente e deixa em Soares que disparou fortíssimo para o segundo golo dos portistas.

Drama nos minutos finais

Mesmo ao cair do pano, o Vitória SC ainda conseguiu introduzir a “redonda” na baliza do guardião “azul e branco”, mas o golo foi anulado. Jorge Sousa consultou as imagens do VAR e considerou que houve falta de João Pedro sobre Diogo Costa.

Após este último lance, Jorge Sousa apitou prontamente para o final do encontro.

“A vitória é inteiramente justa para nós”

Sérgio Conceição foi inicialmente questionado quanto à ausência de Danilo. O técnico do FC Porto referiu que o médio “tem jogado limitado”, pelo que a equipa técnica “achou por bem não o colocar”.

“Foi um jogo animado e muito competitivo entre duas equipas que queriam estar na final e que fizeram por isso. Na segunda parte, até ao penálti, o Vitória estava mais no controlo do que nós. É verdade que não conseguiram causar perigo, mas controlaram mais do que nós”, analisou Sérgio Conceição.

O técnico considerou depois que a capacidade de reação portista foi fundamental para o desfecho do jogo: “Foi uma demonstração de ambição e de determinação depois de termos sofrido o primeiro [golo]”, para concluir que “a vitória é inteiramente justa” para o FC Porto.

Quanto à final de sábado, o treinador sublinhou que é tempo agora de preparar o jogo “sabendo a ideia deste novo staff técnico do Rúben [Amorim]”.

No que diz respeito à “maldição” da Taça da Liga – o FC Porto já foi, por três ocasiões, o finalista vencido da prova, que nunca conquistou – Sérgio Conceição afirmou: “temos sempre contas a ajustar com a competição a partir do momento em que não ganhamos esse título.”

“Porto grande, mas Vitória enorme”

Ivo Vieira apareceu calmo depois de um fim de jogo agitado, em resultado do golo anulado ao Vitória: “tivemos um jogo bem disputado entre duas equipas que quiseram ganhar o jogo. O FC Porto foi grande, mas o Vitória foi enorme”, afirmou o técnico vimaranense.

Quanto àquilo que se passou dentro das quatro linhas, o treinador dos minhotos foi claro: “sofremos o golo numa altura em que devíamos ter tido mais garra. De forma injusta ou justa, o Porto ganhou e não vou comentar o resto. O futebol precisa de ter saúde para ser mais competitivo do que lá fora.”

Quanto à dificuldade do Vitória, na presente época, em obter resultados positivos contra os grandes o técnico português considerou que a equipa tem de ser mais eficaz: “a nossa grandeza fora de campo é visível, mas dentro de campo temos que ter outro tipo de resultado. Acho que as respostas têm sido de razoável a bom. Não temos conseguido estar nesse nível no que diz respeito ao jogo jogado e aí tem faltado a finalização. Como treinador também tenho que ser mais competente e assim vamos todos crescer.”

O FC Porto tem agora encontro marcado com o SC Braga na final da 13.ª edição da Taça da Liga, que se disputa no sábado, de novo no Estádio Municipal de Braga, à mesma hora dos jogos das meias-finais (19h45). O encontro será acompanhado em direto no site do JPN.

Artigo editado por Filipa Silva