O IJUP, Encontro de Investigação Jovem da Universidade do Porto (UP), volta à Reitoria para apresentar 487 projetos de investigação desenvolvidos por quase 900 estudantes nacionais e internacionais. O encontro começa esta quarta-feira (12) e prolonga-se até sexta-feira (14).

A presença de microplásticos nas sardinhas, o impacto do comportamento sedentário após a cirurgia em doentes com obesidade mórbida, o desperdício de sopa nas cantinas do Porto ou as vantagens do exercício físico para grávidas e bebés são alguns dos projetos de investigação que vão ser apresentados na 13.ª edição do IJUP.

O encontro tem como principal objetivo “colocar os estudantes num ambiente em tudo semelhante a um congresso científico”, explica ao JPN o vice-reitor Pedro Rodrigues, coordenador da Comissão Científica do IJUP. O evento organiza-se em 50 sessões paralelas, nas quais são apresentados projetos de investigação de estudantes em licenciatura, mestrado ou mestrado integrado da UP.

Segundo a mesma fonte, o IJUP também admite estudantes de mobilidade nacionais e internacionais que “realizaram os seus trabalhos no ecossistema de investigação da UP”. Para  Jorge Teixeira – professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e membro da Comissão Científica do IJUP desde a primeira edição, em 2008 – este fator “abre as portas da UP a outras faculdades e universidades do país, o que constitui uma vantagem, porque mais cedo ou mais tarde ou se estabelecem colaborações, ou são cativados estudantes para pós-graduação para a Universidade”.

Ciências da Saúde, Engenharia Alimentar, Arquitetura e Química são apenas algumas das áreas de investigação que vão estar presentes no IJUP 2020. Mas como afirma Jorge Teixeira, “há áreas que se destacam relativamente a outras, nomeadamente, Ciências Biológicas e Saúde”, porque captam o interesse de estudantes de várias unidades orgânicas, “desde Farmácia, à Faculdade de Medicina e à Faculdade de Ciências”. 

Há, este ano, um aumento no número de participantes e de projetos em relação ao ano passado. O professor da FCUP considera ainda que, nesta edição, os trabalhos apresentados vão ser mais completos. “É profícuo para toda a gente, porque outros grupos de investigação que se identifiquem com determinada área científica podem introduzir técnicas úteis na sua própria investigação”, reitera.

O primeiro contacto com o mundo da investigação

Nas sessões paralelas, os estudantes têm de comunicar os seus projetos através de apresentações orais, com uma duração máxima de dez minutos, ou através de posters, que também devem obedecer a medidas padrão. Para Jorge Teixeira, professor da FCUP, esta é também “uma maneira de os preparar e de os tornar mais aptos para falar publicamente e discutir a ciência que fazem, independentemente da área, o que, obviamente, também acontece na vida profissional futura”.

Ricardo Fernandes, professor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e membro da Comissão Científica, refere que o IJUP “incentiva os estudantes jovens a dedicarem-se à investigação numa altura em que ainda estão focados na aprendizagem de unidades curriculares”.

A ideia do Encontro de Investigação Jovem é “estimular a carreira científica dos jovens estudantes desde cedo”, afirma o vice-reitor da Universidade do Porto. A preparação para a vida profissional futura é outro dos objetivos deste encontro. 

Os melhores projetos são premiados

Durante o evento, as apresentações orais e os posters são avaliados pela comissão científica do IJUP, que é composta por professores e investigadores, ambos associados à Universidade do Porto. As melhores comunicações são distinguidas com um certificado no final do encontro, sexta-feira, numa cerimónia a ter lugar no Salão Nobre da Reitoria.

São vários os critérios de seleção. Pedro Rodrigues, vice-reitor, destaca o rigor científico, a capacidade de análise, interpretação e discussão de resultados. Jorge Teixeira, membro da Comissão Científica do IJUP, refere o “bom desempenho e a maneira como o estudante faz a apresentação” tendo em conta se o trabalho foi desenvolvido pelo próprio ou se integrou uma equipa.

Além disso, a originalidade, a profundidade de conhecimentos e a aplicação prática dos conteúdos são critérios também destacados por Ricardo Fernandes, membro da Comissão Científica, no momento da distinção.

Desde a primeira edição, em 2008, já passaram pelo IJUP mais de seis mil participantes e mais de três mil projetos de investigação. O evento decorre entre as 9h00 às 18h30, na Reitoria da UP, e a programação completa pode ser consultada aqui.

Artigo editado por Filipa Silva.