Arranca este sábado, na Póvoa de Varzim, mais uma edição do festival Correntes d’Escritas. Este ano, a aposta do festival, com foco nas línguas ibéricas, vai ser na literatura catalã, com a participação de escritores daquela região e do Instituto Ramon Llull, situado em Barcelona – que se dedica à difusão da língua e cultura catalãs.

Luís Diamantino, vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, apontou ao JPN que a parceria com Barcelona se deve ao facto de esta ser uma das duas Cidades Criativas da UNESCO em Espanha (a outra é Granada), designação à qual a Póvoa de Varzim vai apresentar este ano a sua candidatura.

A vila de Óbidos também foi convidada a participar no evento. Luís Diamantino acredita que “quanto mais encontros, mais se promove a cultura em Portugal, cria-se uma rede que permite a circulação de escritores, tradutores, livreiros, e, claro, dos leitores”. Óbidos recebeu em 2015 a designação de Vila Literária da UNESCO e acolhe eventos literários como o Latitudes ou o FOLIO, um dos mais importantes do país.

A abertura oficial só terá lugar na quarta-feira (19), mas a presença do Correntes far-se-á sentir pela cidade já a partir de amanhã. A programação, até à abertura do festival, vai contar com exposições, a projeção de um filme, lançamento de livros e com a iniciativa “Vozes transeuntes nas ruas da poesia”. A última consiste em levar a poesia a sítios onde habitualmente ela não existe, pela voz de um conjunto de declamadores que anda pelas ruas da cidade, escolas, cafés, e pelo mercado municipal.

Álvaro Siza no arranque

A conferência de abertura, às 15h00 de quarta-feira, tem como convidado Álvaro Siza Vieira, que vai falar sobre arquitetura, arte e literatura. Ao longo dos quatro dias, haverá conversas, lançamento de livros, exposições, uma feira do livro, formações para professores e sessões em escolas.

A 21ª edição do Correntes d’Escritas conta com nomes nacionais bem conhecidos do público, como Rui Zink, Ana Luísa Amaral, Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto, Germano Almeida e Hélia Correia, a quem a revista desta edição será dedicada. Estarão presentes 100 escritores de 14 nacionalidades, 30 dos quais vão estar cá pela primeira vez. O vereador da Cultura prefere não destacar nenhum nome do alinhamento: “Aqui não há estrelas. O protagonista é o livro.”

A primeira edição do Correntes d’Escritas aconteceu em fevereiro de 2000, ano em que se assinalava o centenário da morte do poveiro Eça de Queirós. Desde 2004, o festival atribui o Prémio Literário Casino da Póvoa, cuja categoria este ano será a poesia. Também são premiadas obras de jovens escritores entre os 15 e 18 anos, com o Prémio Correntes D’Escritas/Papelaria Locus.

O programa pode ser visto na página do evento.

Artigo editado por Filipa Silva