A proposta da concessão do Coliseu do Porto a privados – feita pela Câmara Municipal do Porto (CMP), Ministério da Cultura e Área Metropolitana do Porto (AMP) – foi aprovada pelo Conselho Municipal de Cultura, na passada sexta-feira (21). O próximo passo depende da Associação dos Amigos do Coliseu, gestora do imóvel, que ainda vai reunir em Assembleia Geral com o Conselho Municipal de Cultura.

Na reunião convocada por Rui Moreira, estiveram em debate duas propostas previamente anunciadas em comunicado: a concessão da gestão do imóvel a privados (aprovada); ou o possível “uso de fundos comunitários” para reabilitar o Coliseu. Nesta última opção, a autarquia mostrava-se disponível a cobrir até 30% dos 8,5 milhões de euros que são precisos para as obras no edifício.

Segundo o presidente da Assembleia Geral da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto, Alberto Amorim Pereira, citado pelo “Jornal de Notícias”, “o presidente da AMP [Eduardo Vítor Rodrigues] explicou duas coisas, uma que a AMP jamais fará investimentos públicos neste sentido, porque requer a unanimidade dos presidentes de câmara, o que é impossível. E, em segundo lugar, os fundos estruturais não estão disponíveis para que esta obra se possa fazer e isso parece claro.”

Dessa forma, o Conselho Municipal de Cultura entendeu que a recomendação da concessão do espaço a privados é a melhor opção. Nesse sentido, a primeira proposta foi aprovada com 11 abstenções e zero votos contra.

O presidente do Coliseu, Eduardo Paz Barroso, afirmou, à saída da reunião, e de acordo com o mesmo jornal, que a casa já perdeu espetáculos, depois de anunciada a proposta de concessão. “O Coliseu e as salas em geral, as arenas, trabalham com datas. Os promotores, agentes e os próprios artistas têm de gerir essas datas com muitos meses de antecedência. Não se faz um concerto de um dia para o outro”, acrescentou o presidente do espaço. Já Alberto Amorim Pereira disse não existir “nenhum constrangimento” dessa ordem.

No final de janeiro, Rui Moreira, anunciou a proposta de concessão do Coliseu do Porto a uma entidade privada para a reabilitação do espaço. Na mesma altura, o autarca informou ser necessário um investimento de 8,5 milhões de euros. Depois de críticas da oposição, relativas à concessão a privados, Rui Moreira convocou a reunião de sexta-feira para que o Conselho Municipal de Cultura deliberasse a melhor proposta.

Artigo editado por Filipa Silva.