Faltam cinco meses para os Jogos Olímpicos em Tóquio, que vão decorrer entre os dias 24 de julho e 9 de agosto. A crescente evolução do Covid-19 trouxe uma vaga de incerteza para a realização do maior evento desportivo ao nível mundial. Apesar de ainda não ter sido emitido um comunicado oficial do Comité Olímpico Internacional (COI) que vise o cancelamento ou adiamento, existem várias competições desportivas que já foram adiadas, como por exemplo a J-League no Japão. 

Segundo o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, neste momento, Portugal tem 33 atletas apurados para Tóquio. Contudo, a missão portuguesa passa por levar entre 70 a 80 atletas. O Mundial de Ténis de Mesa de equipas, onde vão competir atletas portugueses já apurados, foi adiado de março para o final de junho devido ao surto de coronavírus. 

O presidente afirma ao JPN que esta situação “está a traduzir-se num transtorno para aquilo que seria o percurso normal”, uma vez que as fases de apuramento podem ser muito próximas da realização dos Jogos Olímpicos.  

Para José Manuel Constantino, “ainda é prematuro falar de possíveis consequências” que a propagação do Covid-19 possa vir a ter na realização dos jogos de Tóquio. 

Com o objetivo de obter mais informação sobre a melhor forma de atuar, o COP pediu a ajuda da Direção-Geral da Saúde (DGS) para “perceber que medidas cautelares poderemos adotar e quais os riscos que temos pela frente”, uma vez que as únicas informações que têm são as da comunicação social e do comunicado do COI. 

O responsável máximo do COP assegura que a resposta da DGS ainda não chegou e que o “pedido de informação urgente” foi reforçado esta quarta-feira (26). O pedido inicial foi emitido a 4 de fevereiro, porém, já com o mês a terminar, ainda não foi obtida qualquer resposta por parte do COP.

Para José Manuel Constantino, o que se “tem verificado nos últimos tempos são pessoas que se pronunciam” sobre o possível cancelamento ou adiamento dos Jogos Olímpicos. “Por parte do COI, nunca houve qualquer posição oficial relativamente a qualquer adiamento ou cancelamento, a única posição oficial é de que [aquele organismo] estava a monitorizar a situação junto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que, à partida, não haveria nenhum indicador para o cancelamento ou adiamento dos jogos.”  

Do ponto de vista pessoal, o presidente do COP acredita que as notícias publicadas nestes últimos dias sobre o aumento de infetados com o Covid-19 não vão ao encontro das expectativas iniciais que tinha. “Imaginei que o problema estivesse controlado”, reitera.

Tendo em conta este aumento, José Manuel Constantino diz estar “com dúvidas e intranquilo” quanto a esta situação pôr ou não em causa a realização dos Jogos Olímpicos. “Vamos ter de aguardar a posição do COI e do Comité Organizador dos jogos sobre este assunto e perceber se, caso os jogos não se realizem, então, qual vai ser a nossa orientação [portuguesa]”, conclui o dirigente desportivo.

Artigo editado por Filipa Silva.