Os hospitais de Santo António e de São João, no Porto, mantêm a capacidade de resposta ao Covid-19, informou o Ministério da Saúde em nota de imprensa, divulgada esta terça-feira. A garantia da tutela surge na sequência do anúncio feito pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, de que aquelas unidades de saúde tinham esgotado a capacidade para receber novos casos suspeitos. O Ministério liderado por Marta Temido assegura, contudo, que a capacidade de resposta se mantém, tendo havido a necessidade de alargar a resposta. Foram, por isso, ativadas outras unidades de saúde de segunda linha na zona Norte – Hospital de Braga, Unidade Local de Saúde de Matosinhos e Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

Durante o programa “Prós e Contras”, da RTP1, Graça Freitas disse ter recebido essa informação por parte daquelas unidades de saúde e por essa razão, contactou a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) para “ativar os outros quatro hospitais que estavam na retaguarda prontos para ser ativados”.

Segundo a própria, na base da incapacidade para receber mais pacientes para análise está o facto de os quartos de pressão negativa daquelas unidades terem lá outros doentes internados. Além dos dois casos positivos já conhecidos, há também casos “suspeitos que lá estão neste momento“, refere.

Nesta segunda-feira (2), foram confirmados os primeiros dois casos positivos em Portugal. O primeiro caso confirmado é o de um médico de 60 anos regressado do Norte de Itália, que está internado no Hospital de Santo António, no Porto.

O segundo caso aguardava contra-análise e acabou por se confirmar durante a tarde do mesmo dia. O doente, homem de 33 anos, está internado no Hospital de São João e tinha regressado de Valência, em Espanha.

Ainda não foi encontrado o chamado “paciente zero” a contrair o Covid-19. Este rastreamento é uma pista importante no sentido de perceber a evolução do vírus.

O surto que foi conhecido em dezembro passado, na China, já provocou mais de três mil mortos e infetou mais de 91 mil indivíduos em 67 países. Entre os infetados, 48 mil já recuperaram.

O Covid-19 pode causar infeções respiratórias como pneumonia. Só na China morreram 2.945 pessoas e também houve vítimas mortais em países como o Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Taiwan, Austrália, França, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

Adriano Maranhão foi o primeiro português sobre quem se levantou a suspeita de ter contraído o vírus, a bordo do navio de cruzeiros Diamond Princess, atracado no porto japonês de Yokohama, e esteve hospitalizado naquele país. Segundo a esposa do português, Emmanuelle Maranhão, as últimas análises foram negativas e o português já teve alta hospitalar no passado domingo (1). Além de Adriano Maranhão, há um outro cidadão português hospitalizado no Japão, neste caso, com confirmação de infeção.

Artigo atualizado às 13h20 de 03 de março de 2020 com informação relativa à manutenção da resposta ao Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

Artigo editado por Filipa Silva.