James Dean, Audrey Hepburn, Marlon Brando, Charlie Chaplin e Marilyn Monroe são apenas algumas das estrelas de Hollywood que podem ser vistas no Centro Português de Fotografia (CPF), no Porto, a partir desta sexta-feira (6). Depois de estar no Brasil, Alemanha e Itália, é a vez de Portugal receber a exposição que reúne 161 retratos dos grandes nomes de Hollywood.

A exposição está organizada cronologicamente, por décadas. Assim, à medida que percorremos os retratos e as salas vamos avançando na era de ouro de Hollywood, entre 1920 e 1960. A fotografia mais antiga data de 1916. Os retratos são, na grande maioria, a preto e branco e de dimensões médias. Nas fotografias, vemos as estrelas de Hollywood em pose, durante sessões fotográficas; em ação, durante a rodagem dos filmes; ou então nos bastidores. Mas o foco não é apenas nos grandes nomes de cinema.

O trabalho de mais de 50 fotógrafos, por vezes desconhecidos do grande público, está patente em “Hollywood Icons – A Fábrica de Estrelas”. Alguns nomes são, por exemplo, Clarence Sinclair Bull, Laszlo Willinger, George Hurrell e Eugene Robert Richee. A exposição tem uma secção dedicada aos fotógrafos, “para que possamos aprender alguma coisa sobre as pessoas que criaram todos estes retratos”, explica Simon Crocker, curador da exposição e presidente emérito da Fundação John Kobal. “Na década de 60, eles ficaram esquecidos, então no final dos anos 70 e início dos anos 80, começámos a colocá-los em exposições”, conta.

A importância da fotografia na era de ouro de Hollywood é, aliás, o grande mote da exposição. Para o curador, que acompanhou o JPN numa visita prévia à inauguração, o conteúdo dos retratos é muito importante: “é um casamento entre o ator e o fotógrafo, é a qualidade que um ator tem que o torna único, e o fotógrafo que capta isso mesmo”.

Os próprios retratos mostram diferenças, que espelham o avanço do tempo. “Se olharmos para as fotografias da década de 20 ou de 30, percebemos que são bastante diferentes entre si. Nos anos 20, as poses geralmente eram de corpo inteiro, e não eram muito dramáticas ou sexy. Nos anos 30, começaram a vender beleza e sexo, então, os planos já são mais aproximados”, refere.

Simon Crocker explica que a mostra foi organizada e montada pela Terra Esplêndida, uma empresa portuguesa de projetos de âmbito cultural que em 2013 já tinha organizado uma exposição sobre Hollywoodm, em Cascais, chamada “Glamour of The Gods”. “Sempre quisemos vir para Portugal, era uma escolha natural e o timing foi perfeito”, acrescenta. A exposição foi também organizada pela Fundação John Kobal, detentora dos 161 retratos.

A presença do cigarro, a evolução da figura feminina e o papel da moda também são evidentes ao longo da mostra. A propósito deste último tópico, Crocker destaca a importância e a influência do trabalho dos antigos fotógrafos: “a fotografia de moda de hoje vem diretamente do trabalho de dois ou três fotógrafos de Hollywood dos anos 30“, observa.

Mesmo não conhecendo todos os artistas e atores, o curador considera que a exposição atrai pessoas por diferentes razões. “É interessante porque as pessoas mais novas reagem ao estilo, moda e qualidade de fotografia. Isto interessa-os”.

A exposição vai ainda ter uma secção dedicada a John Kobal, historiador de cinema e colecionador de fotografias de filmes de Hollywood, responsável pela Fundação John Kobal. “As pessoas perguntam: ‘afinal quem é John Kobal?’. Por isso, sentimos necessidade de ter um espaço dedicado a ele, porque foi uma pessoa extraordinária e teve um papel tão importante em tudo isto”, conta Simon Crocker.

Assim, vai ser passada uma entrevista audiovisual a John Kobal que mostra o tipo de trabalhos que o historiador e colecionador fazia. “O filme é fantástico, é o John Kobal no seu melhor”, garante Crocker.

“Hollywood Icons – A Fábrica de Estrelas”, descrita pelo curador da exposição como uma importante peça na história de cinema, começa hoje, dia 6, e prolonga-se até 7 de junho. A entrada tem um custo de 6 euros.

Artigo editado por Filipa Silva