Itália é considerado o segundo país mais afetado pelo surto de COVID-19, desde domingo (08). O Estado italiano decidiu no início desta semana tomar medidas mais drásticas de contenção do vírus e colocou todo o país em quarentena até dia 03 de abril.

Tendo em conta estes desenvolvimentos, o JPN falou com estudantes da Universidade do Porto (UP) que estão em Itália ao abrigo do programa Erasmus e com uma aluna que já regressou a Portugal.

José Cordeiro é estudante da Faculdade de Belas Artes da UP (FBAUP) e está a estudar em Milão. O aluno afirma ter ficado em solo italiano por “opção própria” e salienta que “em Portugal está a começar a haver casos e teria de ficar em quarentena em casa”. Por este motivo decidiu permanecer em Itália.

Apesar de as faculdades italianas estarem encerradas, foram implementadas aulas online para que os alunos possam continuar a acompanhar a matéria lecionada a partir de casa.

Leonor Meneses também está de Erasmus em Milão e acompanha as aulas a partir da internet. Ao JPN, a jovem explica que é como se fosse uma “espécie de conversa por Skype”.

Para a estudante de 21 anos, a medida “não substitui as aulas presenciais”. Contudo, Leonor Meneses acredita que “até é bom porque os professores guardam as aulas e podemos assistir quando quisermos.” A jovem admite que depois de ter conhecimento dos casos confirmados em Portugal começaram a surgir dúvidas quanto ao regresso.

“Liguei para a embaixada e disseram que podia regressar, mas agora em Portugal cancelaram todos os voos daqui para lá e de lá para cá. Penso que podia regressar, mas a logística seria complicada”, conta Leonor.

Por outro lado, para Rita Caetano, estudante de Farmácia, o regresso ainda é incerto. Ao JPN, a jovem conta que o estágio foi cancelado até ao final da quarentena obrigatória no país. Até lá, a estudante permanece em casa, em solo italiano.

Rita Caetano acredita que o encerramento da Faculdade de Farmácia da UP (FFUP) desde segunda-feira (09) e a suspensão dos estágios constituem também uma motivação para permanecer em Bolonha.

Se, por uma lado, alguns estudantes continuam em Itália, por outro lado, já há quem regresse a Portugal. É o caso de Inês Santos, estudante da Faculdade de Arquitetura da UP (FAUP) que foi para Roma de Erasmus. Ao JPN, a jovem avança que regressou já no final do contrato de mobilidade e admite que caso tivesse escolhido ficar o ano inteiro talvez ponderasse regressar.  

Inês Santos revela que antes de entrar no avião, ligou ao SNS24 – Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde – por precaução. Uma vez em Portugal, a quarentena voluntária foi a decisão que a jovem tomou.

O Governo italiano já estendeu restrições a todo o país. As escolas foram encerradas, os jogos de futebol do campeonato italiano suspensos e os bares e restaurantes também já fecharem. Os únicos estabelecimentos abertos, neste momento em Itália, são farmácias, hospitais e supermercados.

Pelas ruas italianas encontram-se forças policiais para garantir que todos os cidadãos e estabelecimentos cumprem com as medidas de restrição.

Com cerca de 15 mil casos confirmados, 1.016 mortos e 1.045 recuperados, Itália é o país europeu mais afetados pelo novo coronavírus.  

Artigo editado por Filipa Silva.