Uma equipa de médicos e informáticos (os últimos da empresa Mosano, em Matosinhos) criou, em quatro dias, uma aplicação móvel gratuita com o objetivo de diminuir a pressão acrescida no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante o surto de COVID-19. Nesse sentido, a aplicação permite que as pessoas fiquem em casa e façam a própria monitorização de sintomas.

Apelidada de “Covidapp”, o software pede ao utilizador que introduza informações tais como a temperatura corporal, o pulso e sintomas respiratórios, que são analisados por um algoritmo. Se a aplicação verificar mudanças significativas nos parâmetros vitais ou sintomas respiratórios, o cidadão é notificado.

Outro objetivo da “Covidapp” passa por fazer um “seguimento ao longo dos dias do utilizador”, explicou João Ferreira Coimbra, um dos médicos que faz parte do projeto, ao Jornal de Notícias. Desta maneira, podem reduzir-se os contactos presenciais, permitindo destacar profissionais de saúde para outras funções.

Para o médico, o projeto é de elevada importância, especialmente, nos casos de pessoas com sintomas ligeiros, que devem permanecer em casa e continuar a monitorização. Existem também “pessoas que, por contacto próximo com doentes ou mesmo estando assintomáticas, necessitam de monitorização clínica e/ou epidemiológica. Apenas uma pequena percentagem deles terão algum agravamento clínico que justifique a ida ao hospital ou o recurso a outros cuidados. São estes que nos propomos ajudar a reconhecer os sintomas”, acrescentou.

De maneira a diversificar e a expandir a aplicação para que esteja acessível a um maior número de pessoas, os autores do projeto aguardam por apoios de instituições públicas. João Ferreira Coimbra adianta que já estão a decorrer “conversações com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e a Fundação para a Ciência e Tecnologia”.

A aplicação “Covidapp” vai estar brevemente disponível também na APP Store e no Google Play.

Artigo editado por Filipa Silva.