José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), defende que “os Jogos [de Tóquio] devem ser adiados”. Ao JPN, o responsável assinalou que não será necessário um mês para tomar a decisão, prazo apontado este domingo pelo Comité Olímpico Internacional (COI) para assumir uma posição definitiva sobre o tema.

Na mesma linha, posiciona-se a Comissão de Atletas Olímpicos de Portugal: “Os atletas de Portugal, maioritariamente ouvidos pela sua comissão de atletas, manifestaram a vontade de que os jogos sejam adiados”, lê-se no comunicado divulgado esta segunda-feira na página de Facebook da organização.

A nota oficial acrescenta que “82% dos atletas consideram que, a manterem-se as datas atuais, os Jogos Olímpicos não seriam justos do ponto de vista desportivo”.

Para além de considerar que o COI deve tomar uma posição o quanto antes – “o que é importante, neste momento, é anunciar para o mundo que os jogos não vão se realizar na data prevista e que há uma data alternativa” – José Manuel Constantino reitera o desejo de que os Jogos Olímpicos de Tóquio “não sejam esse ano, sejam no próximo ano ou em 2022”, afirmou.

Neste domingo, o Comité Olímpico Internacional (COI) admitiu pela
primeira vez a possibilidade de adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio, na sequência do surto do novo coronavírus em todo o mundo
. O Comité afirmou que o cancelamento do evento é ainda improvável e que em quatro semanas avança com uma resposta definitiva.

Em carta enviada pelo presidente do COI aos atletas olímpicos, o mesmo diz que descarta o cancelamento dos Jogos pois “não resolveria nenhum problema e não ajudaria ninguém”, destruindo o sonho de muitos atletas e de todos aqueles que lhes dão apoio. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que falou perante o Parlamento, também já admitiu o adiamento. No caso de não ser possível realizar os Jogos na sua versão completa, disse, “sendo os atletas a nossa prioridade máxima, não teremos opçõa senão decidir adiar os Jogos”.

Entretanto, países como a Austrália e o Canadá manifestaram a sua intenção de não comparecer na Olimpíada de Tóquio se ela for realizada, como previsto, de 24 de julho e 9 de agosto.

Os atletas, comités e federações de diversos outros países como o Brasil, Estados Unidos, Espanha e Noruega, posicionam-se publicamente há algumas semanas a favor do adiamento dos Jogos para 2021.

Artigo editado por Filipa Silva