A Associação Nacional de Farmácias (ANF) pediu, numa carta enviada esta terça-feira (24) ao primeiro-ministro, a intervenção urgente do Governo no reabastecimento de produtos de “primeira necessidade”.

O documento dá conta de que “máscaras, gel desinfectante, paracetamol, termómetros, matéria-prima para manipulados e equipamento de protecção individual desapareceram quase totalmente das farmácias”. O pedido da ANF surge com o objetivo de combater a crise sanitária criada pelo novo coronavírus que levou à sobrecarga das farmácias portuguesas.

A ANF adianta que “para adquirirem esses produtos, as farmácias têm de pagar preços especulativos e, mesmo assim, não conseguem adquirir quantidade suficiente para garantir a segurança das suas próprias equipas e de instituições como lares de idosos”.

Perante estas dificuldades no abastecimento, as farmácias afirmam que se «vêem forçadas a abandonar à sua sorte muitas pessoas” uma vez que não conseguem atender às necessidades de todos.

No documento enviado ao primeiro-ministro, a direção da ANF informa que entregou um dossier de 100 páginas à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). O ficheiro é composto por faturas e propostas comerciais e tem como objetivo denunciar os preços elevados praticados por empresas nacionais e importadoras que são maioritariamente “estranhas ao mercado de produtos farmacêuticos”.

A associação expõe ainda os preços exagerados com os quais as farmácias portuguesas se têm confrontado diariamente. Além disso, a ANF lembra que “o preço de venda ao público destes produtos de primeira necessidade para o combate ao COVID-19 é livre, assim como a sua comercialização por uma multiplicidade de pequenos estabelecimentos e cadeias comerciais.”

Exemplo de preços que as fármicias têm encontrado:
– Frascos de 30 ml de álcool em gel a 5€;
– Máscaras entre 7€ e 38€;
– Garrafões de cinco litros de desinfetante a 79€;
– Termómetros a 97€.

Mesmo assim, a ANF recomenda, de forma “inédita”, que as 2.750 farmácias associadas pratiquem uma autorregulação dos preços com um limite de 17,5% de margem de comercialização.

«Sendo a margem legal das farmácias portuguesas a mais baixa da Europa, será inequívoco o contributo responsável e transparente da nossa rede no combate à pandemia», lê-se numa circular enviada às farmácias pela ANF.

Artigo editado por Filipa Silva.