Com o surto da pandemia de COVID-19, o número de pessoas que necessita de ajuda alimentar aumentou na Paróquia Senhora da Conceição, na Praça Marquês de Pombal, no Porto. Em declarações ao JPN, o pároco Rubens Marques avança que a Porta Solidária alimenta agora 320 pessoas por dia, mas as ajudas também precisam de aumentar. Neste momento, o serviço só funciona em takeaway.

Desde que o surto da pandemia do novo coronavírus se intensificou que a Igreja do Marquês passou de auxiliar uma média de 160 pessoas por dia para 320. No Facebook, a Paróquia Senhora da Conceição pede donativos, quer alimentares, quer financeiros, para conseguir satisfazer as necessidades básicas de todos os que carecem. “A média dos que estamos a servir subiu para 320 por dia, o que fez crescer a nossa aflição porque tem alguma tendência para aumentar e é muita gente. É preciso gastar muito dinheiro para dar de comer diariamente a essas pessoas”, explica ao JPN o padre Rubens Marques.

Todos os dias, entre as 18h00 e as 20h00, a Porta Solidária oferece, a cada pessoa, um recipiente com meio litro de sopa, comida quente, um kit com três sandes, fruta e um iogurte. Para isso, solicitam que seja entregue todo os tipo de alimentos que permitam cozinhar uma refeição.

“Nós precisamos de tudo o que sirva para confecionar sopa: legumes, batatas, abóboras, feijão, grão de bico, enlatados. De tudo o que possa ir no pão para levarem uma merenda: queijo, fiambre, marmelada. E do que se possa servir também para fazer a refeição: arroz, massa, ervilhas, frango, carne”, assim como fruta e iogurtes, acrescenta o pároco.

Os bens alimentares devem ser entregues na cozinha do Centro Social da Paróquia Senhora da Conceição, na Praça Marquês do Pombal, 916, durante os dias úteis das 08h30 às 20h00, e nos fins de semana das 17h00 às 20h00. Já os donativos monetários devem ser transferidos para a conta bancária da Porta Solidária, explica.

Na Igreja do Marquês são servidos sem-abrigo ou pessoas cujos rendimentos são baixos e provocam uma carência alimentar. Antes da pandemia, as pessoas servidas podiam sentar-se e desfrutar da refeição num local quente e com condições.

Para satisfazer as necessidades dos mais carenciados estão em ação duas equipas de voluntários, com dez pessoas cada, para a distribuição dos alimentos para takeaway. Como medida de contenção ao novo coronavírus, existe uma distância mínima de dois metros entre os voluntários e os utentes.

“Os voluntários têm que usar máscara e luvas no interior das instalações. Com a ajuda da Câmara [Municipal do Porto] montamos um circuito com grades que resulta, dentro do possível, de modo a que eles se separem dois metros uns dos outros. E também pedimos que não viessem todos [os beneficiários] à mesma hora e eles acataram. Portanto das 18h00 às 20h00 acabaram por se espaçar, o que é melhor para eles e para nós”, adianta o padre.

Antes da COVID-19, a Porta Solidária já contava com apoios do Hospital de Santa Maria, no Porto, do Colégio Nossa Senhora da Paz e do Externato Nossa Senhora do Perpetuo Socorro. Nos dias de hoje, Rubens Marques sente que a solidariedade é maior e “os apoios têm vindo também a crescer: crescem os utentes, mas crescem os apoios”.

Artigo editado por Filipa Silva.