Apesar da validação dos títulos estar suspensa a bordo do metro e dos autocarros da STCP e de não haver fiscalização nas carruagens da CP, as três empresas apelam aos utentes para que carreguem os seus passes e títulos ocasionais, confirmou o JPN junto das operadoras.

No mesmo sentido, a Área Metropolitana do Porto (AMP) reafirmou na quarta-feira (1), através de um comunicado, “a obrigatoriedade de todos os passageiros viajarem com títulos de transporte“, considerando uma “condição indispensável à boa continuidade do serviço de transporte público de passageiros”.

Na terça-feira (31), tinha sido a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) a deixar um apelo a todos os utentes dos transportes públicos para que continuem a carregar os passes ou adquirir títulos de viagem, para evitar danos orçamentais maiores do que aqueles que se adivinham para o setor.

STCP, Metro e CP fazem o mesmo apelo

Ouvida pelo JPN, fonte oficial da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) afirma que “a empresa pede aos seus clientes que carreguem a sua assinatura mensal para o mês de abril”.

“Trata-se de um apelo ao sentido de responsabilidade de todos os utilizadores de assinaturas Andante, em prol da sociedade em que vivemos e por respeito por aqueles que estão todos os dias na linha da frente na luta contra esta pandemia”, acrescenta.

Ainda que a empresa tenha suspendido a venda de bilhetes a bordo e a validação dos títulos, a STCP refere que “a fiscalização poderá sempre atuar, no sentido de assegurar o bom funcionamento e a segurança das viagens”.

A STCP garante ainda que o “facto de o controlo de verificação de título válido deixar de ser realizado, não implica que deixe que de ser necessário ser portador do título respetivo para aceder aos transportes”. Contudo, a empresa considera que “este aspeto fica ao encargo da consciência e do sentimento de cidadania de cada um”.

Também a Metro do Porto, através de um comunicado divulgado quarta-feira (1), apelou ao carregamento da assinatura mensal de abril dos clientes para ajudar a manter o serviço “operacional”.

A empresa destaca que “a validação dos títulos de assinatura mensal continua a não ser possível nem obrigatória”, mas o carregamento, sim.

Além de que, frisam, “o metro permanece aberto e em funcionamento 19 horas por dia, em todas as suas seis linhas e nos sete municípios em que opera”.

A Metro apela à “responsabilidade, atitude cívica e apoio dos utentes”, acrescentando que “temos de manter a distância, mas estamos juntos na mobilidade diária de todos os que precisam de continuar a deslocar-se”.

A CP-Comboios de Portugal refere ao JPN que “tem reforçado a informação aos seus clientes de que, para viajar, é necessário ter título de transporte válido”. Os pórticos de acesso às plataformas encontram-se abertos e operacionais. Já as operações de revisão de bilhetes a bordo estão suspensas, porém “esta situação não invalida que todos os clientes a bordo dos comboios da CP tenham que ser portadores de título de transporte válido”, acrescenta.

Na sequência das recomendações das autoridades de saúde, foram tomadas diversas medidas de prevenção a bordo dos transportes públicos do Porto, como: “o reforço da limpeza e desinfeção dos veículos e estações, a redução da lotação máxima (…) para garantir distância social de segurança, a não obrigação de validação de títulos, a utlização apenas da porta traseira e a supressão da venda a bordo de títulos”, lembra a AMP.

Estas medidas adotadas têm como objetivo prevenir o contágio nos transportes púlicos, “para que possam continuar a ser utilizados pelas pessoas que necessitam de realizar deslocações imprenscindíveis”.

As opções de compra e carregamento diminuiram por estes dias, mas continua ativa a rede multibanco para efetuar carregamentos mensais. Para a rede Andante são também opção a loja Andante de Campanhã, uma bilheteira CP com venda Andante ou os agentes Payshop. Relativamente a bilhetes da CP, estão disponíveis no site da empresa, agora também para comboios Regionais. Os bilhetes de serviço urbano podem ser vendidos através das máquinas de venda automática ou nas bilheteiras, cujos horários foram ajustados.

Os números após um ano do PART

Na terça-feira (1) fez um ano que entrou em funcionamemto o Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART). Com este programa foi possível criar os passes únicos nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e desenvolver, nas Comunidades Intermunipais, medidas de redução do preço dos títulos mensais e de reforço da oferta de transportes.

Na Área Metropolitana do Porto assistiu-se a um aumento significativo do número de passes Andante vendidos. Em fevereiro deste ano registou-se um aumento de 38% das unidades vendidas face ao mesmo mês do ano anterior (2019): de 170 mil para 234 mil assinaturas, informa o Ministério do Ambiente e Ação Climática em comunicado.

Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), de abril a dezembro de 2019, foram registadas cerca de 477 milhões de viagens, das quais mais de 398 milhões com passe. O número total de passageiros, segundo o comunicado, registou um aumento superior a 18%, relativamente ao período homólogo.